Desmatamento já causou sumiço de ao menos 80 espécies de aves no interior paulista
Pelo menos 80 espécies de aves mapeadas em unidades de conservação no interior do Estado de SP já podem ter desaparecido pelo desmatamento registrado nas últimas décadas. Os dados são do mapeamento feito por pesquisadores da Unesp, da Universidade Federal de Itajubá e do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos entre setembro/2021 e janeiro/2022. O estudo foi publicado na Revista do Instituto Federal.
Para realizar o trabalho foi necessário levantar os dados em quatro unidades de conservação. De um total de 358 espécies mapeadas, apenas 278 foram identificadas na pesquisa de campo.
O objetivo do levantamento é oferecer dados para ações de ecoturismo, educação ambiental, gestão e conservação, devido ao pouco conhecimento disponível e atualizado das aves remanescentes nessas regiões.
Dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam que a Mata Atlântica é o bioma que reúne o maior número de espécies ameaçadas no Brasil, o equivalente a 24% do total. Números mais recentes mostram que o país abriga 50 mil espécies de plantas e mais de 122 mil espécies de animais em seus seis biomas. Entre animais e plantas, o Brasil teria 1.042 espécies em situação crítica, grande parte na Mata Atlântica.
Entre as aves não encontradas nas unidades de conservação do interior paulista estão arara-vermelha (ara chloropterus), juruva (baryphthengus ruficapillus), pica-pau-de-cabeça-amarela (celeus flavescens), mutum-de-penacho (crax fasciolata) e surucuá-variado (trogon surrucura).