Homem registra queixa de agressão por segurança do albergue noturno
Na sexta-feira ((16/junho) um morador de rua, que tem uma perna amputada, 48 anos, registrou queixa na delegacia afirmando que teria sido agredido por um segurança do albergue noturno. De acordo com informações do boletim de ocorrência, a vítima relatou que “era por volta 20h00, quando escorregou e acabou caindo. Pouco tempo depois sentiu dores nas costas e solicitou que o Samu fosse acionado. o referido funcionário teria dito que ‘se tratava de frescura’ dele”.
O homem contou que “já havia passado as últimas três noites no local e sentou em banco para esperar pelo socorro. Durante a espera, o segurança teria ficado gesticulando e afirmando que se tratava de fingimento. Ele tentou filmar a situação, mas não conseguiu, já que o suspeito se aproximou de maneira agressiva. Ao pegar a muleta para se levantar, o envolvido teria lhe dado tapas na cabeça e o empurrado, ocasionando uma queda e, em seguida, um chute na cabeça”.
Ainda no BO consta que outras pessoas que estavam no local, cujos nomes a vítima não sabe, testemunharam as agressões.
Quando o Samu chegou, o agressor se distanciou e a vítima passou a noite na UPA Vila Toninho, de onde foi liberado por volta de 3h00. Ao delegado, alegou “que está com um ‘galo’ na cabeça”.
Foi expedida requisição para exame de corpo de delito no IML e o homem foi orientado quanto ao prazo de seis meses que tem direito de representar criminalmente (processar) contra o envolvido. O caso foi encaminhado ao distrito policial correspondente a área dos fatos, onde vai ser investigado.
Segurança nega agressões
A reportagem da Gazeta de Rio Preto entrou em contato com a direção do Albergue Noturno de Rio Preto. Por meio de nota, em que consta o depoimento de dois funcionários, um deles acusado pelo homem hospedado no local, ambos negam as acusações. Pelo contrário. Segundo os colaboradores, quem tentou agredi-los foi o morador de rua.
Confira a nota na íntegra:
“OCORRIDO DIA 15/junho/2023
O usuário senhor [nome omitido pela reportagem] foi acolhido no Albergue Noturno com cama reservada, e ao ser convidado para adentrar a Instituição, por ele ter deficiência física tem prioridade. Ao passar pela porta de entrada, escorregou e caiu e foram auxiliá-lo para levantar-se, porém o mesmo iniciou falas de palavras de baixo calão bem como tentativas de agressão físicas para os colaboradores. Dispensou o jantar e foi direto deitar-se.
Como o usuário mencionava que estava com dores nas costas, imediatamente foi acionado o SAMU pelo colaborador o Albergue. No momento este senhor já se encontrava nos bancos externos do corredor da Instituição e foi questionado o que estava sentindo para informar ao atendente do SAMU para que pudessem acionar a ordem de liberação da ambulância. Porém o senhor Jaime disse que já havia solicitado tal atendimento não precisando de ajuda do Albergue; e sendo assim, o colaborador dispensou o atendimento do SAMU, entretanto, as agressões verbais permaneceram para com os colaboradores da Instituição.
Senhor [nome omitido pela reportagem] decidiu esperar a ambulância fora das dependências da Instituição, e quando o colaborador da Instituição foi ao seu lado para tentar abrir o portão, o usuário tentou agredi-lo com sua muleta, vindo a escorregar e bater suas costas na coluna do pilar. Teve mais de uma tentativa de agressão física. Esse senhor permaneceu no mesmo lugar até que o SAMU chegasse.
Relatos: Segurança e colaborador [nomes omitidos pela reportagem]”.
(Fonte: Gazeta de Rio Preto)