Derrota para a França deixa o Brasil em busca de identidade

     Uma atuação empolgante contra o frágil Panamá, 52ª do ranking da Fifa, seguido de uma derrota dolorida – mais uma – para o bem organizado time da França. A Copa do Mundo chegou ao mata-mata para o Brasil com a Seleção em busca de um caminho e de uma identidade.

     Mata-mata na 3ª rodada? Sim, porque sem a classificação antecipada que teria vindo com a vitória neste sábado (29/julho), o confronto de quarta-feira (26/julho) contra a Jamaica ganhou contornos decisivos.  Agora em 3º no Grupo F, a equipe de Pia voltará para casa se não vencer. Cedo demais para uma equipe do nível do Brasil.

     A comparação pura e simples dos rivais até aqui na Copa pode levar a crer que a seleção brasileira só mostra força contra adversárias mais fracas. Não é o melhor caminho: essa equipe acabou de enfrentar de igual para igual a campeã europeia Inglaterra e derrotar a Alemanha em amistosos recentes, duas favoritas na Copa.

     Mas a derrota para a França levanta, sim, velhos fantasmas dos jogos decisivos para o Brasil: as quedas no primeiro mata-mata das últimas três Copas, a eliminação recente nas Olimpíadas de Tóquio para o Canadá e, claro, a freguesia eterna para as francesas (7 derrotas e 5 empates nos 12 confrontos), Brasil feminino nunca ganhou da França.

     O jogo deste sábado pode também deixar lições, e para a sorte do Brasil ainda há tempo de aprendê-las. Uma delas pode soar como uma armadilha: o jogo físico. Convém não confundir com preparo físico.

     Não conseguir manter o nível de jogo durante os 90 minutos custou, ao longo da história, derrotas importantes à seleção brasileira. Hoje, pelo menos nesse momento, essa não é uma questão. O Brasil chegou aos minutos finais da partida contra a França com o mesmo vigor das rivais, mas o jogo de contato das francesas deixou o Brasil desconcertado, especialmente no 1º  tempo. Afobadas, as jogadoras repetidamente escolheram o pior caminho para fugir da pressão: acelerar o jogo, optando pelas jogadas individuais. Há um alento: ao menos a técnica Pia Sundhage percebeu o problema. “Todas nós estávamos surpresas com essa ofensiva da França. A maneira como nossa defesa se organizou foi um erro, mas não foi o único erro. O erro central é outro, é o fato de que nós não conseguimos manter um jogo no estilo brasileiro, com descontração, com a diversão que o Brasil sabe apresentar, afirmou a treinadora na coletiva após a derrota.

(Fonte: GE)