Manifesto na Avenida Paulista pela morte de preso na Papuda, tem ‘fora Moraes’ e gritos contra Lula

        Na tarde deste domingo (26/novembro) aconteceu um grande manifesto na Avenida Paulista, em protesto contra a morte de Cleristo Pereira da Cunha, 46 anos, que morreu na prisão da Papuda na segunda-feira (20/novembro). Ele era um dos presos dos atos de 08/janeiro, em Brasília (DF).

        A manifestação reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não compareceu no manifesto. Segundo a Vara de Execuções Cleristo sofreu um mal súbito durante o banho de sol, no Complexo Penitenciário da Papuda.

        Vestindo verde e amarelo os manifestantes ocuparam a parte da frente do Museu de Arte de São Paulo que começou por volta das 14h00. Durante o ato, os manifestantes fizeram criticas ao governo do presidente Lula e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

        Em um carro de som estavam os políticos como o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados federais Ricardo Salles (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP). Uma faixa presa ao carro de som descrevia que o ato foi ‘em defesa do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos e em memória de Cleriston Pereira da Cunha.

        Na quarta-feira (22/novembro), no início da sessão o presidente do STF, Luís Roberto Barroso manifestou solidariedade à família de Cleriston. “Toda perda de vida humana, ainda mais quando se encontra sob custódia do Estado brasileiro, deve ser lamentada com sentimento sincero”, afirmou o ministro, em nome do Tribunal.

        Conforme dados dos médicos de Cleriston, que fizeram vários documentos sobre a saúde dele, onde constava que ele tinha problema cardíaco e precisava de tratamento acompanhado, o que não aconteceu por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais decorrentes dos atos de 08/janeiro, em Brasília. Em interrogatório no dia 31/julho, Cleiston afirmou ter um diagnóstico de vasculite, doença que o fazia desmaiar e ter falta de ar, e disse que passou mal no dia dos ataques no traslado entre a sede do Congresso Nacional e o presídio, desmaiando e urinando em sua roupa.

        Na sexta-feira (24/novembro), depois do óbito de Cleriston, o STF informou que concedeu liberdade provisória a outro preso por participação dos atos de 08/janeiro, mediante aplicação de medidas cautelares, entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica. Ainda continuam presos 108 acusados de participação nos atos de 08/janeiro.

        Com a participação de centenas de manifestantes nesse domingo (26/outubro), no Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo), na avenida Paulista, entoavam criticas contra o presidente Lula, chamando-o de ‘ladrão’, e ao ministro do STF  Alexandre de Moraes e presidente do STE (Supremo Tribunal Eleitoral).

        A deputada federal Carla Zambelli foi uma das primeiras a discursar. Após puxar um coro de “Justiça”, a parlamentar afirmou que “essa morte não vai ser em vão, não vamos nos intimidar”. Em resposta, manifestantes gritaram “fora Xandão”, em referência a Moraes.  

        O ministro e o STF são os principais alvos nos discursos na avenida Paulista. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi outro que mirou o magistrado. “Alexandre de Moraes, o seu tempo está chegando”, disse do alto do carro de som.

(Fontes: G1/BR.MSN/Estadão)