Delegados do caso da família assassinada fazem coletiva com imprensa
Antes de ser alvo de emboscada, o homem assassinado com a esposa e a filha, de 15 anos, pediu para que outra pessoa entregasse a maconha aos suspeitos do crime. A família desapareceu no dia 28/dezembro/2023, o crime foi descoberto pela polícia no dia 1º/janeiro em Votuporanga (SP).
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Tiago Montagnini, a testemunha que revelou que Anderson Marinho, de 35 anos, transportava maconha no dia do crime nagou realizar a entrega devido ao valor que seria pago.
“Essa terceira pessoa, de Olímpia, trabalharia com o Anderson e teripassagens por tráfico, registrada em 2015. Na ocasião do assassinato ele foi convidado para fazer a entrega [da maconha] em Votuporanga, mas declinou. Justamente por conta do aniversário da esposa, ele pediu para essa pessoa fazer a entrega”, informou o delegado
A testemunha, ainda conforme o delegado, é investigada por envolvimento com tráfico de drogas e estava de “saidinha” de fim de ano. Anderson, por sua vez, tinha passagem por tráfico em 2015.
Na ocasião do assassinato, Anderson, a esposa Mirele Tofalete, de 32 anos, e a filha do casal, Izabelly, saíram de Olímpia para comemorar o aniversário da mulher com um almoço em Rio Preto Elas foram mortas por testemunhar o crime, segundo a Polícia Civil.
O primeiro suspeito do crime, João Pedro Teruel, de 23 anos, foi encontrado em Valentim Gentil, na casa da namorada, por policiais civis e preso na quinta-feira (18/janeiro) temporariamente por 30 dias.
Foram efetuados 24 disparos
Na sexta-feira (19/janeiro) aconteceu a coletiva convocada pelo delegado de Votuporanga Márcio Nosse ao lado do delegado da DIG, Thiago Madlum, e do delegado titular do Deinter de Rio Preto, Cavalcante, para trazer novas informações sobre a prisão do suspeito de assassinar a família de Olímpia encontrada com sinais de execução em um canavial de Votuporanga.
De acordo com a da Dig (Delegacia de Investigações Gerais), o suspeito de 23 anos tem passagem por tráfico de drogas e foi preso temporariamente por 30 dias, mas negou o crime.
A polícia, no entanto, suspeita que as mulheres não tinham ligação com o tráfico, e que os criminosos não tinham conhecimento da presença da família no local, e suas mortes tenham sido conseqüência da intenção de não deixar rastros e dificultar as investigações.
Os corpos das três vítimas tinham marcas de tiros e estavam em estado de decomposição, em uma estrada de terra que passa pelo canavial.
Segundo o delegado da Dig, Thiago Madlum, durante a entrevista, Anderson foi morto primeiro, com 7 tiros, e pela dinâmica o indivíduo que efetuou os disparos estava de frente a vítima. Mirele que estava no banco frontal do passageiro foi a segunda a ser morta com 13 disparos efetuados de fora do veículo. A filha Izabelly, estava sentada no banco traseiro, escondida atrás do banco do passageiro e foi morta em seguida por 4 disparos. Ainda segundo o delegado, tudo aconteceu muito rápido, que a vítima Mirele, não teve tempo suficiente nem para retirar o cinto de segurança.
Ainda conforme o delegado Madlum, os autores premeditaram o crime, estudaram detalhadamente rotas de fuga, para evitar câmeras de segurança e radares durante o percurso, assim também como o próprio local do crime que fora “escolhido a dedo”. Também levaram os celulares das vítimas, para dificultar a investigação, assim como ocultar qualquer contato que foi feito antes do crime.
Baseado em provas técnicas, segundo o delegado da Dig, “incontestáveis”, o que liga o suspeito preso em Valentim Gentil (SP) ao crime cometido. O aparelho celular que estava em posse do suspeito, foi apreendido e será encaminhado para perícia a fim de encontrar qualquer informação relevante.
“Nós acreditamos que ele (o preso) não praticou o crime sozinho, que há participação de outras pessoas, não é ele o ‘elo’ de ligação com o crime, ele é uma das peças para a prática do crime, acredito que ele não seja o chefe, mas tem a participação dele que foi provada”; cita o delegado.
O que chamou a atenção dos delegados é o fato de que Anderson não ter ligação com Votuporanga, que conforme as investigações, durante o ano de 2023 ele não esteve na cidade.
“Este é um fato que nos chama a atenção, não ter contato aqui e não ter ‘negócios’, assim dizendo, aqui na cidade (Votuporanga)”; continua Drº Thiago.
Conforme apurado pelas investigações, noticiado pelo delegado da Dig, tudo indica que a família não tenha sido interceptada no caminho à Rio Preto, e sim que as vítimas foram atraídas para uma emboscada no local do crime.
“Ele (Anderson) veio por conta própria para a cidade, ele não foi arrebatado no caminho, seqüestrado, ou forçado a estar no local”; menciona Drº Thiago
Quanto a nova perícia solicitada no veículo, segundo o delegado, se tratava da intenção de localizar vestígios de drogas, para confirmar a versão que ele estaria trazendo entorpecentes no carro.
“Se ele (Anderson) foi de fato levar drogas, os autores também subtraíram esse entorpecente.”; relata Drº Thiago
(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba/Regional 24 Horas)