Vereador quer moção de repúdio contra enredo de escola de samba da capital

        O vereador Anderson Branco (PL) protocolou nesta quarta-feira (14/fevereiro), moção de repúdio em relação à apresentação da escola de samba Vai-Vai, ocorrida no Sambódromo do Anhembi em São Paulo, durante a noite de sábado (10/fevereiro).
        O repudio, centra-se no enredo da escola, que segundo o parlamentar ridicularizou a imagem de agentes da lei, especialmente pela ala denominada “Sobrevivendo no Inferno”, inspirada no álbum do grupo Racionais MC’s que utilizou adereços com chifres aludindo a demônios, associando negativamente à polícia. Tal representação gerou profundo descontentamento entre integrantes das forças policiais.
        Branco argumenta que o samba enredo constitui uma ofensa direta às forças de segurança pública, depreciando e desonrando de maneira grave os profissionais dedicados à proteção da sociedade e à luta contra o crime, frequentemente em condições adversas e arriscadas.
        “Considerando que policiais, fazem parte de uma categoria que rala diariamente, sob as vezes em condições precárias, para proteger aqueles que eles nem conhecem. Sendo que a polícia militar desempenha papel importante dentro da sociedade levando segurança, e que por vezes, deixa sua família para servir e proteger a do próximo, não pode ser retratada dessa maneira, pois há de se considerar em tese um total desrespeito com a nossa polícia”, descreveu o parlamentar.
        Em suas redes sociais, a Vai-Vai esclareceu que seu enredo tinha o objetivo de ser um manifesto crítico à percepção de cultura em São Paulo, destacando a exclusão de expressões culturais como o hip hop. O desfile pretendia valorizar artistas marginalizados, citando eventos históricos significativos, como a Semana de Arte de 1922 e o lançamento do influente álbum “Sobrevivendo no Inferno” dos Racionais MCs em 1997. Segundo a escola, a homenagem pretendia ressaltar questões sociais críticas refletidas no álbum e não promover ataques ou provocações.
        A Vai-Vai argumentou que, ao incluir o álbum e sua temática no contexto histórico apropriado dentro do enredo, buscava reconhecer a relevância cultural e social do hip hop e dos Racionais MCs, em meio a um período marcado por desafios significativos para a segurança pública e a marginalização dos precursores do hip hop no Brasil.

(Fonte: Jornal Dhoje Interior/Thiago Passos)