Rio Preto atinge 2,1 mil casos de dengue e médico alerta para a automedicação
São josé do Rio Preto tem 2.106 casos de dengue confirmados. A informação foi divulgada na tarde de sexta-feira (15/março), pela Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo o boletim epidemiológico, foram contabilizadas 1.073 pessoas infectadas pelo Aedes aegypti em janeiro, 975 em fevereiro e 58 em março. Foram descartados 1.433 e estão em investigação outros 3.720 casos.
A região com maior incidência é a do Jaguaré, com 202 pacientes, seguida pelo Estoril, com 193, e São Deocleciano, com 191 registros. O ano está sendo marcado pelo alastramento desafiador da dengue e da chikungunya.
Dos 482 casos de chikungunya confirmados em Rio Preto, 159 foram registrados na região do bairro Jaguaré.
Janeiro foi o mês com maior número de casos da doença na cidade. Foram 268. Já em fevereiro, foram 208 e, em março, seis casos. Estão em investigação 134 casos e foram descartados 142.
O bairro Rio Preto I aparece em 2º lugar em incidência, com 77 confirmações, seguido pelo Jardim Santo Antônio, com 20 casos.
Como consequência, os riscos da automedicação são sempre discutidos juntamente com os problemas que as doenças causadas pelo Aedes Aegypt podem causar.
Segundo o médico cardiologista do Hospital de Base de Rio Preto Dr. Elzo Mattar, a dengue causa dores musculares, articulares e cefaleia (dores de cabeça). “Nestes casos, utilizem apenas sintomáticos, ou seja, medicamentos analgésicos. Podem ser utilizados dipirona ou paracetamol. Importante reforçar que não há um tratamento específico para a dengue e o mais recomendado é repouso e aumentar a ingesta hídrica, tomando em torno de 60 ml por kg de água por dia”, diz Dr Elzo.
Mattar orientar que, em casos de náusea e vômitos que prejudiquem a hidratação, procure a emergência.
De acordo com o profissional, o espaçamento indicado para repetir a medicação se o paciente estiver com dor é de seis horas. Ele ainda garante que, não há problemas em repetir o analgésico desde que, a dose e o intervalo seja respeitado.
Automdicação
Segundo o cardiologista, a automedicação é perigosa porque pode evoluir para a forma grave da doença. “Usar anti-inflamatórios, como diclofenaco ou nimesulida, por exemplo, e corticoide, como prednisona, podem ocasionar a evolução para dengue hemorrágica, com alto risco de morte”, alerta Dr Mattar.
Seu médico
Segundo o cardiologista, pacientes que utilizam de forma contínua anti-inflamatórios ou corticoide devem falar com seus médicos, pois são medicamentos associados a um maior risco de dengue hemorrágica que é a forma mais grave.
Grupos de risco
Segundo o especialista, um grupo que merece atenção são os que fazem uso de aspirina ou anticoagulantes – medicamentos que afinam o sangue. “Essas medicações são utilizadas por cardiopatas, que já tiveram infarto, possuem arritmia cardíaca, como fibrilação atrial, ou possuem prótese valvar mecânica, necessitando manter o sangue mais fino para evitar a formação de coágulos. Isso pode favorecer a evolução para a dengue hemorrágica, mas não devem ser suspensos sem antes falar com o médico”, destaca.
Para Dr Elzo, é importante ressaltar que, nesse caso é feito um acompanhamento diário do paciente, com avaliação clínica e contagem de plaquetas. Se as plaquetas ficarem abaixo de 50 mil, o paciente deverá ser internado e suspender os remédios.
Dr Mattar ainda salienta que, os idosos são um grupo de risco; isso porque possuem comorbidades, como problemas cardíacos e renais, que podem descompensar durante o quadro de dengue.
“Evoluem com necessidade de internação com mais facilidade, possuem um sistema imunológico frágil e são mais propensos a evoluírem para o quadro de dengue hemorrágica”, explica.
Sinais de alerta
De acordo com o médico, náuseas, vômitos, dor na barriga, sangramentos, mesmo que pequenos, como os gengivais e prostração são sinais de maior risco.
(Fonte: Jornal Dhoje Interior/Daniela Manzani)