‘Dor inexplicável’ – Mãe lamenta morte de jovem em bicicleta elétrica que foi atropelada por moto

 

      A mãe da jovem de 18 anos que morreu ao ser atingida por duas motos enquanto ia ao trabalho com uma bicicleta elétrica pede por Justiça. O caso aconteceu em Santa Fé do Sul (SP). Em entrevista ao g1 Andreza Silva, de 47 anos, falou sobre a dor e a sensação da perda no momento que recebeu a notícia.

        A instrutora de cursos livres é mãe de Ana Laura Silva de Carvalho, de 18 anos, que morreu no dia 23/maio. Ana seguia para o trabalho quando foi atingida por uma moto ao cruzar a Avenida Conselheiro Antônio Prado. Ao cair no chão a jovem foi atropelada por outra motocicleta que transitava pela via e não resistiu.

        Andreza conta que estava trabalhando quando foi informada sobre o acidente e desde o início sentiu que era algo grave. “Desde o momento que foram me buscar no meu serviço pra falar que ela tinha sofrido um acidente, eu já senti no meu coração que não era coisa boa. Não passou morte na minha cabeça, mas eu sabia que era grave”, comentou Andreza.

        A mãe lembra que Ana sempre foi uma menina tranquila, amável e que tinha o hábito de usar a bicicleta elétrica para ir ao trabalho. Diz ainda que no dia do acidente ela foi levada para a Santa Casa da cidade e logo começou a perceber a movimentação dos profissionais de saúde e a pensar que o pior pudesse ter acontecido com a jovem.

  “No hospital eu vi as pessoas conversando e ai aquilo ali só ia aumentando mais a sensação que era uma situação grave, sabe? Me levaram pra uma salinha e me deram a notícia. A pior notícia da minha vida, que eu pude ter até agora”, conta Andreza

        Logo após o acidente o motociclista que atropelou a Ana Laura fugiu do local, mas foi localizado e preso pela Polícia Civil.

        Já o condutor da moto que se chocou inicialmente com a jovem foi ouvido e liberado. Uma câmera de segurança registrou o momento do atropelamento.

       Além de Ana Laura, Andreza tem outro filho, que está muito abalado com o que aconteceu. Ela diz que soube da gravidade do acidente, mas preferiu não olhar a imagem. O desejo da família é que a justiça seja feita.

        “Agora, se tiver um culpado realmente, que a justiça seja feita, né? Ele não pode ficar impune também, porque pelas conversas que a gente escuta, tem muita coisinha errada ali, com ele, com a moto. Ele não prestou o socorro, então que a justiça seja feita”, diz Silva.

        Ana Laura Silva de Carvalho trabalhava no setor de recursos humanos na Prefeitura de Santa Fé do Sul. O trajeto que ela fez no dia do atropelamento já era parte da rotina da jovem.

        Nove dias após a morte, familiares e amigos ainda estão inconformados. “É uma dor inexplicável. Você não tem noção da dor que é. Perder uma filha nova que tinha tudo pela frente e foi embora numa fatalidade dessa. É muita saudade” finaliza a mãe.

Investigação

        Em entrevista ao g1, Higor Jorge, delegado responsável pelas investigações explicou que o suspeito abandonou a própria esposa para fugir do local do acidente e não ser identificado. Depois de ser preso, durante depoimento, o motociclista preferiu permanecer em silêncio.

        Ele vai responder por homicídio culposo na direção do veículo. “É homicídio culposo com pena aumentada por não ter socorrido a vítima. Também em virtude de fuga do local do acidente, já que o condutor se evadiu do local. Foi uma situação que abalou até mesmo as pessoas que atenderam a ocorrência”, conta Higor Jorge.

        O delegado explica que esse tipo de acidente serve como uma reflexão sobre a segurança no trânsito, principalmente no que diz respeito aos veículos menores: “Isso faz nós refletirmos sobre os cuidados no trânsito. Os perigos do uso de veículos automotores. Nos fez pensar bastante sobre a segurança de cada um desses recursos e o papel de cada pessoa dentro desse contexto. A importância de socorrer e prestar socorro às vítimas. É um dever legal de não se omitir” lembra.

        A equipe da perícia esteve no local e a polícia segue com as investigações. Depois de ser preso, o suspeito foi liberado em audiência de custódia.

(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba)