Lula admite contradição em defesa de exploração de petróleo na Amazônia, mas diz que não vai abrir mão dessa riqueza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que a decisão de explorar as reservas de petróleo na chamada Margem Equatorial, próximo à Foz do Amazonas, é uma contradição em relação ao discurso ambiental do seu governo. A afirmação foi feita na manhã desta terça-feira (18/junho) durante entrevista à Rádio CBN.
“É contraditório? É, porque nós estamos apostando muito na transição energética. Ora, enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”, afirmou o petista na entrevista.
Em um cenário marcado por promessas de transição energética durante a COP 28 da ONU em 2023, o governo brasileiro comprometeu-se publicamente com a redução do uso de combustíveis fósseis.
No entanto, recentemente, essa postura parece ter sido contrariada após a descoberta de uma nova reserva de petróleo pela Petrobras em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, em abril.
A área em questão abrange mais de 2.200 km ao longo da margem equatorial do Brasil, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Amapá. Essa região, considerada a mais recente fronteira exploratória em águas profundas e ultraprofundas, já foi apelidada de “novo pré-sal”.
A decisão de explorar petróleo nessa região tem recebido críticas de ambientalistas devido aos potenciais riscos de tragédias ambientais. Essa exploração pode afetar não apenas o ecossistema local, mas também impactar o território amazônico, uma outra região considerada prioritária pelo governo em termos ambientais.