Acusado de matar médica a facadas vai a júri popular

       O juiz Eduardo Garcia Albuquerque, da 4ª Vara Criminal de Rio Preto decidiu que Davi Izaque Martins Silva, de 26 anos, acusado de feminicídio qualificado pelo Ministério Público por ter assassinado a namorada Thallita da Cruz Fernandes, de 28, com ao menos 30 facas no rosto e na cabeça, vai a júri popular.

        A vítima era de Guaratinguetá (SP) e veio a Rio Preto para estudar medicina na Famerp, onde se formou em 2021; ela trabalhava como plantonista em uma unidade de saúde de Bady Bassitt.

         Segundo apontou a investigação da 3ª Delegacia de Homicídios da Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais), o crime ocorreu em 18/agosto/2023, quando a vítima estava dormindo. De acordo com a Polícia Civil, Thallita estava de folga e ligou para o namorado perguntando o motivo do atraso para voltar para casa – ela estava chateada porque aquele era o único dia da semana que ela conseguia ficar com o namorado, por causa da rotina de trabalho.

        Davi disse que após o trabalho noturno, foi se divertir com os amigos; ele consumiu bebidas alcoólicas e fez uso de entorpecentes. Thallita disse que não queria mais o relacionamento e que estava cansada de ser “sugada” pelo rapaz – a investigação mostra que era ela quem bancava a maior parte das contas da casa e do casal.

        Quando ele voltou para casa, após às 5h00, o criminoso se armou com três facas na cozinha e atacou a vítima enquanto ela estava dormindo de bruços.

        Thallita acordou e tentou se defender e sair do quarto, mas não resistiu. Muito debilitada, ela se apoiou na parede para conseguir fugir, mas não conseguiu – Davi, não satisfeito, colocou um saco plástico na cabeça dela e a sufocou.

        O corpo da médica foi encontrado em um condomínio da rua Coronel Spinola de Castro. Desconfiada do que poderia ter acontecido com a amiga, e pelas respostas diferentes dadas pela ‘suposta vítima’ dentro do WhatsApp, a jovem conseguiu abrir a porta do apartamento com a ajuda de um chaveiro e chamou a polícia.

        O corpo de Thallita estava escondido dentro de uma mala. O réu ainda foi visto indo trabalhar pelos corredores do prédio. As câmeras de segurança flagraram ele passando.

        Davi vai ser julgado por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, mediante que dificultou a defesa da vítima e crime contra a mulher em razão do sexo feminino.

        A data ainda não foi marcada.

(Fonte: Gazeta de Rio Preto)