Atleta brasileiro critica material para Olimpíadas: ‘Foi broxante receber’
Fernando Ferreira, o Balotelli, representante do Brasil no decatlo das Olimpíadas de Paris, revelou sua insatisfação com o material esportivo fornecido pela Puma, que é a fornecedora oficial da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). Em uma postagem no X (antigo Twitter), o atleta mostrou sua frustração com a qualidade e a quantidade dos itens recebidos.
“No decatlo, que exige mais de 20 horas na pista de atletismo e é dividido em dois dias com quatro etapas, eu recebi apenas uma regata, um macaquinho e um shorts. Vou ter que lavar meu material após o primeiro dia de competição ou competir com roupas sujas”, desabafou Balotelli.
O decatlo é uma das provas mais desafiadoras do atletismo, exigindo dos atletas que participem de 10 provas distintas, cada uma com necessidades específicas de vestuário e equipamento. A competição é dividida em quatro sessões, começando na manhã de um dia e terminando na noite do dia seguinte, o que demanda uma preparação meticulosa e adequada.
Em sua postagem, Balotelli comparou o material que recebeu com o kit entregue a atletas de outros países, como a Espanha. Ele destacou que, enquanto os atletas espanhóis receberam um kit completo, os brasileiros foram contemplados apenas com itens básicos. A comparação foi feita com o kit oferecido pela Peak, patrocinadora do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que ainda não foi entregue em Paris.
“Eu sempre imaginei que receberíamos uma mala completa com tênis, roupas e sapatilhas para as Olimpíadas. Mas parece que a realidade para nós é bem diferente”, comentou o atleta, evidenciando sua decepção com o tratamento recebido.
A declaração completa do atleta pode ser conferida abaixo:
Vocês não têm ideia do quanto foi broxante receber o material da seleção sempre achei que nas olimpíadas receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas mas parece que não é bem assim pra nós
Eu faço a prova do decatlo, onde utilizo 7 sapatilhas de modelos diferentes, cada uma para prova específica. Estou indo para os jogos olímpicos sem patrocínio de marca esportiva, ou seja vou investir do meu dinheiro para comprar as sapatilhas, sei que vai me ajudar muito.
Irei passar mais de 20 horas na pista de atletismo, dois dias de competição dividido em 4 etapas, e recebi como material, 1 regata, 1 macaquito, um short balãozinho assim que acabar as provas do primeiro dia, irei voltar pra vila e lavar logo meu material, ou competir com sujo.
Ministério do Esporte esclarece responsabilidades
O kit de uniformes fornecidos aos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 estásendo alvo de criticas.
José Fernando Ferreira, atleta do decatlo conhecido como Balotelli, afirmou que o material recebido é insuficiente para a quantidade de provas que disputa. Além disso, ele teve que arcar com a compra de sete pares de sapatilhas do próprio bolso. Fernando Ferraz, também do decatlo, desabafou sobre a situação. “Vou passar mais de 20 horas na pista de atletismo, dois dias de competição divididos em quatro etapas, e recebi apenas uma regata, um macaquito e um short balão. Assim que terminar as provas do primeiro dia, terei que voltar para a Vila Olímpica e lavar meu material ou competir com ele sujo”, disse Ferraz.
O Mesp (Ministério do Esporte) se pronunciou nesta segunda-feira (22/julho) e afirmou que a responsabilidade pelo fornecimento dos uniformes é do COB (Comitê Olímpico do Brasil). A distribuição dos uniformes de competição cabe a cada confederação e ao fornecedor escolhido. A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) trabalha em parceria com a Puma, enquanto o COB é responsável por trajes de desfile e de passeio dos atletas.
Izabela Silva, representante brasileira no lançamento de disco feminino em Paris, também expressou sua insatisfação nas redes sociais na última sexta-feira (19/julho). A atleta, medalhista de ouro no Pan de Santiago e finalista em Tóquio 2020, desabafou após receber apenas roupas masculinas e nenhuma peça feminina essencial, sob a alegação de que não havia tamanhos maiores do que o médio.
A situação expõe a necessidade de melhor planejamento e atenção aos detalhes na preparação dos atletas brasileiros para competições de grande porte, como os Jogos Olímpicos, onde o desempenho pode ser impactado por questões aparentemente simples, como a adequação e a quantidade de uniformes.
Eis a íntegra da declaração do Ministério do Esporte:
É falsa a informação que o MESP (Ministério do Esporte) seja responsável por confeccionar e fornecer kits de uniforme e equipamentos para a delegação brasileira que irá competir nos Jogos Olímpicos de Paris. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) provê as roupas de viagens, desfile, cerimônia de abertura e dia a dia na Vila Olímpica para todos os atletas brasileiros. O COB também oferece os uniformes de treinos e competições das delegações de boxe, remo, levantamento de peso, tiro com arco, pentatlo moderno e canoagem. Já as vestimentas das demais modalidades ficam a cargo das confederações de cada esporte.
O apoio do Mesp se dá por meio do Bolsa Atleta, um programa contínuo de apoio financeiro mensal, que nesta edição das olimpíadas, contempla 88% dos 276 atletas classificados. Somente em 2024, são mais de 9 mil esportistas beneficiados pelo Governo Federal.
O Bolsa Atleta, considerado o maior programa de incentivo esportivo do mundo, acaba de completar 20 anos e neste mês, passou por reajuste de 10,86%, depois de 14 anos com valores congelados. Desde sua criação o programa já investiu mais de R$ 1,5 bilhão em mais de 37 mil atletas nacionais. As categorias partem de Atleta Base até Atleta Pódio, com bolsa de até R$ 16 mil por mês.
O Ministério reitera que se mantém comprometido em apoiar e promover o desenvolvimento esportivo e a participação dos atletas brasileiros, concentrando suas principais ações em áreas diretamente ligadas ao incentivo e ao suporte ao esporte nacional.
Ministério do Esporte
(Fonte: Gazeta Brasil)