Advogado da família de Giovana deve retirar documentação para sepultamento nesta sexta-feira

       Após quase dois meses desde que Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, foi encontrada morta e enterrada em um sítio em Nova Granada, o seu corpo finalmente foi liberado pela Polícia Civil de Rio Preto para sepultamento.

        Giovana estava desaparecida desde dezembro/2023, e somente agora, após o exame necropapiloscópico, suas impressões digitais puderam confirmar a identidade dos restos mortais.

        O exame, conduzido pela polícia, comparou as impressões digitais do corpo com as registradas no documento de identidade da adolescente, permitindo a confirmação.   

        Segundo o advogado da família, Diego Carretero, embora nenhum laudo detalhado tenha sido emitido até o momento, o IML (Instituto Médico Legal) já concluiu a maioria das investigações necessárias para a liberação do corpo.

        Em conversa com o Dhoje, Carretero informou que “o IML já liberou o corpo, ou seja, a investigação já concluiu tudo que precisava, apesar de não ter saído nenhum laudo ainda. Nesta sexta-feira (25/outubro), pegaremos a documentação com o delegado para que a família possa fazer o velório e o enterro”, comentou o advogado.   

        Ele ainda acrescentou que o atraso se deu devido à complexidade dos exames periciais, realizados pelo IML de São Paulo, mas agora o corpo já está no IML de Rio Preto. No decorrer do inquérito, as investigações mudaram de mãos.

        Atualmente, o delegado André Amorim, da Delegacia de Homicídios da Deic, está à frente do caso. Antes dele, outros dois delegados, Ericson Salles Abufari e Dimitrius Coelho, também participaram das investigações.

O caso

        Na noite de terça-feira (27/agosto/2024), a Polícia Militar encontrou o corpo de Giovana Pereira Caetano de Almeida, 16 anos, enterrado em uma propriedade rural no município de Nova Granada.  

        A descoberta foi feita após uma denúncia anônima que levou os policiais ao local. O caseiro do sítio confirmou a presença do corpo e indicou o local da escavação, resultando na prisão do empresário dono da propriedade e do próprio caseiro. Ambos foram detidos sob as acusações de ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo.

        A investigação começou na tarde do mesmo dia, quando a equipe da PM chegou ao sítio e recebeu a confirmação do caseiro sobre o crime. O empresário, morador de Rio Preto, inicialmente negou as acusações, mas confessou ter enterrado o corpo. Segundo seu relato, o incidente ocorreu em dezembro/2023, quando Giovana, que havia ido à empresa do empresário para uma entrevista de emprego, teria sofrido uma overdose de cocaína de alta pureza.

        O empresário alegou ter entrado em pânico após encontrar a jovem morta e, com a ajuda do caseiro, a enterrou no sítio. Embora o empresário tenha alegado que a morte foi acidental, sua confissão levantou suspeitas sobre um possível homicídio.

        A polícia encontrou armas de fogo ilegais tanto na empresa do empresário quanto na propriedade rural.

         O IML (Instituto Médico Legal) de Rio Preto foi acionado para realizar exames necroscópicos e determinar a causa exata da morte. A perícia também encontrou objetos pessoais da vítima enterrados junto ao corpo, como tênis, joias e uma mochila com roupas e maquiagem. O caso começou a ser investigado pela delegacia de polícia de Nova Granada e, posteriormente, foi redirecionado para a Delegacia de Homicídios de Rio Preto.

        O promotor de Justiça Evandro Ornelas Leal solicitou que o caso fosse tratado como homicídio, dada a complexidade dos fatos. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos e do aplicativo de relacionamento Tinder, onde o empresário teria conhecido a adolescente meses antes de sua morte. A quebra de sigilo do aplicativo Tinder foi solicitado pelo advogado de defesa do empresário, Carlos Sereno. “Estamos colaborando com a justiça em busca da verdade real”, afirmou na época o advogado.

        Patrícia Alessandra Pereira, mãe de Giovana, na época do encontro do cadáver, fez um apelo emocionado por justiça, negando veementemente as alegações de que sua filha era usuária de drogas. Ela lembrou que Giovana havia mencionado o empresário meses antes, mas que nunca imaginou que sua filha poderia estar envolvida em uma situação tão trágica. “Minha filha precisa de paz e de justiça”, disse Patrícia.

        No dia 04/setembro, amigos e familiares de Giovana realizaram um protesto pacífico em frente à empresa do empresário, exigindo respostas e clamando por justiça. O avô de Giovana, José Carlos Pereira, também se pronunciou, expressando seu desejo de que a justiça divina e a justiça dos homens prevaleçam.

        Ainda na primeira quinzena de setembro, o MP (Ministério Público) de Rio Preto solicitou que o caso seguisse em segredo de justiça. O pedido do MP foi acatado pela Justiça.

(Fonte: Jornal Dhoje Interior/Danielle Molnar)