Corregedoria da PM de São Paulo pede prisão de soldado após jogar homem de ponte

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo solicitou a prisão do soldado identificado como Luan Felipe Alves Pereira, acusado de arremessar um homem de uma ponte durante uma ação policial na madrugada de segunda-feira (02/dezembro), no município paulista. O caso gerou grande repercussão e chocou o país, levando o Ministério Público a abrir uma investigação.
A vítima, Marcelo Barboza Amaral, de 25 anos, foi jogada da ponte, mas sobreviveu. Até o momento, ele não foi localizado, apesar de ter dois endereços registrados — um na área próxima ao local da ocorrência e outro em Praia Grande, no litoral paulista. As investigações estão sendo conduzidas com a participação direta do Ministério Público, que determinou que a vítima, o agressor e possíveis testemunhas sejam ouvidos. Também serão realizadas perícias no local e as imagens das câmeras de segurança serão apreendidas para análise.
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, que fazia parte da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), foi identificado, e a investigação já revelou que ele havia sido investigado anteriormente, em 2023, por homicídio, após matar um motociclista com 12 tiros durante uma perseguição em Diadema. Na ocasião, o Ministério Público arquivou o inquérito, considerando que o PM agiu no cumprimento do dever.
Além da apuração do caso, o Ministério Público determinou que todos os 13 policiais envolvidos na ocorrência sejam afastados, e que as imagens das câmeras corporais dos militares sejam enviadas para análise.
A Promotoria também solicitou a ficha funcional de todos os policiais e a atualização dos procedimentos operacionais da PM, incluindo a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais em todas as operações policiais.
A imagem de Marcelo sendo arremessado da ponte gerou um desgaste significativo para o governo de São Paulo, que tem enfrentado críticas em relação à violência policial. O governador Tarcísio de Freitas, visivelmente irritado, afirmou que não pretende trocar o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, apesar da pressão pública.
Em Brasília, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania condenou o abuso de poder dos policiais militares e classificou a cena como “estarrecedora”. O ministério ressaltou que, sem a gravação do vídeo, o abuso de poder poderia não ter sido descoberto e afirmou que tomará as medidas necessárias para garantir a apuração do caso.
Em entrevista à CNN, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo Freitas, afirmou que todos os casos de violência policial estão sendo rigorosamente investigados. “Os erros foram pessoais e pontuais, e a responsabilidade é da instituição”, disse Freitas, enfatizando que a PM não incentiva atitudes violentas e que as falhas são tratadas como casos isolados.
(Fonte: Gazeta Brasil)