Funfarme promove evento de cadastro de doadores de medula óssea no Hemocentro na próxima terça (11)
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O mês de fevereiro é marcado pela campanha “Fevereiro Laranja”, que visa alertar a população sobre os sintomas da leucemia, importância do diagnóstico precoce e da doação de medula óssea. Nesse sentido, a Funfarme (Fundação Faculdade de Medicina) de São José do Rio Preto promove na próxima terça-feira (11/fevereiro), a partir das 8h00 no Hemocentro de Rio Preto, uma ação de cadastro de novos doadores de medula óssea.
A leucemia é um tipo de câncer hematológico caracterizado pela proliferação descontrolada de células da medula óssea, responsável pela produção das células sanguíneas. Segundo o Dr. Carlos Eduardo Miguel, diretor do ICA (Instituto do Câncer) do HB (Hospital de Base de Rio Preto), as leucemias podem ser classificadas em agudas e crônicas.
“Nas agudas, como a leucemia mieloide aguda e a linfóide aguda, a evolução da doença é rápida, com sintomas que aparecem em poucos dias. Já as leucemias crônicas, como a leucemia mieloide crônica e a linfóide crônica, se desenvolvem de forma mais lenta, muitas vezes sem sintomas evidentes nos primeiros estágios”, frisou Dr Carlos Eduardo.
Os sintomas mais comuns das leucemias, segundo o especialista, incluem fraqueza excessiva, manchas roxas na pele, infecções graves que não respondem ao tratamento, e, no caso das leucemias crônicas, o aumento do baço ou dos gânglios linfáticos. “O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como o hemograma, e exames mais específicos, como a punção da medula óssea e a análise genética, especialmente nos casos de leucemia mielóide crônica”, acrescentou o diretor do Inca.
O tratamento da leucemia depende do tipo da doença. “Nos casos de leucemia aguda, a quimioterapia é a principal forma de controle. Em muitos casos, buscamos um doador para o transplante de medula óssea, que é um passo fundamental para a cura. No entanto, em 70% dos casos, não há um doador compatível na família, o que torna ainda mais importante o cadastro de doadores no banco de medula”, explica Dr. Carlos.
Para as leucemias crônicas, além da quimioterapia, novas terapias chamadas “alvo” têm mostrado grande eficácia, pois atuam especificamente nas células malignas, poupando as células saudáveis e resultando em menos efeitos colaterais, explica o especialista.
Embora não seja possível prevenir totalmente a leucemia, a detecção precoce pode ser crucial. “Com a realização de exames simples, como o hemograma, é possível diagnosticar a leucemia de forma precoce, aumentando significativamente as chances de tratamento e cura. O Fevereiro Laranja é uma oportunidade para reforçar a importância da informação, da doação de medula óssea e da luta contra essa doença tão séria”, orienta o especialista.
Doação de medula óssea
O transplante de medula óssea é um procedimento crucial para o tratamento de diversas doenças hematológicas, incluindo leucemias, linfomas, anemias falciformes e talassemia. Dr. João Victor Piccolo Feliciano, hematologista e chefe do setor de TMO (Transplante de Medula Óssea) da Funfarme, explica que a medula óssea, que se encontra na cavidade dos ossos, é responsável pela produção de células sanguíneas: hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas e leucócitos (células de defesa). “Quando o funcionamento da medula é prejudicado, seja por leucemia, síndrome mielodisplásica ou mielofibrose, o transplante de medula óssea torna-se uma opção vital para a recuperação da produção de sangue do paciente”, cita Dr Piccolo.
O hematologista explica que existem dois tipos principais de doadores: os familiares, que são doadores aparentados, e os não aparentados, que são cadastrados no banco de medula óssea. Quando não há um doador aparentado (um irmão ou outro parente próximo, geralmente um dos pais), a solução para o transplante é procurar um doador compatível entre indivíduos, não familiares, na população regional ou mundial, através do REDOME (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea). Criado em 1993, o REDOME tem o o objetivo de reunir informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante.
“O REDOME reúne todos os dados dos voluntários, como nome, endereço, resultados de exames e características genéticas .Sempre que potenciais doadores compatíveis são identificados, a equipe REDOME entra em contato para confirmar a vontade e a disponibilidade destes realizarem a doação. A informação é logo transmitida ao médico do paciente inscrito na busca de um doador e este, junto com a equipe do REDOME, analisa as melhores possibilidades, faz a escolha e é dado início aos procedimentos de seleção, cita o especialista.
Quanto à elegibilidade para doação, Dr. João Victor esclarece que a idade para cadastro no banco de doadores é de 18 a 35 anos, mas os doadores podem realizar a doação até os 60 anos, desde que apresentem boa saúde e condições clínicas adequadas. “Para garantir a segurança tanto do doador quanto do paciente receptor, realizamos uma avaliação rigorosa, considerando comorbidades, histórico de doenças infecciosas e o uso de medicamentos”, afirma o especialista.
O cadastro de doadores de medula pode ser realizado diretamente no Hemocentro de Rio Preto, todos os dias da semana, das 8h00 às 13h00. Não sendo necessário fazer agendamento, devendo o candidato a doador portar o documento de identidade oficial com foto.
(Fonte: Assessoria de Imprensa Funfarme)