O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), protagonizaram um embate público nesta terça-feira (11/março) durante um evento em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. A discussão girou em torno do tamanho das equipes governamentais e da eficiência administrativa.

        Durante sua fala, Zema criticou o número de ministérios do governo federal e exaltou a estrutura enxuta de sua administração estadual. “Apesar de sermos o segundo estado mais populoso do Brasil, somos o que tem o menor número de secretarias, 14. Mas, para um time ganhar campeonato, não precisa colocar 20, 30 jogadores, precisa de 11 craques, e é o que temos feito aqui”, afirmou o governador, durante a visita à fábrica automotiva da Stellantis.

        Ele também agradeceu à sua equipe de secretariado, destacando que assumiram um estado em condições precárias. “Pegamos um Estado que qualquer um teria recusado”, completou.

          O ex-governador Fernando Pimentel (PT), antecessor de Zema, é filiado ao mesmo partido de Lula, que atualmente conta com 38 ministérios — quase o triplo do número de secretarias em Minas Gerais.

        Lula rebateu as críticas e enfatizou a importância da qualidade da equipe, mais do que a quantidade. “O importante não é discutir se você tem um ou 10, o importante é discutir a qualidade das pessoas que você tem, dos compromissos que as pessoas têm”, argumentou o presidente.

        Ele também destacou a necessidade de sensibilidade social aliada ao conhecimento técnico. “Não quero só um cara formado em filosofia, engenharia, formado em qualquer coisa. É muito importante o diploma, mas quero antes de tudo pessoas que tenham sensibilidade no coração para entender o problema da sociedade brasileira”, acrescentou Lula.

        Este foi o primeiro encontro público entre Lula e Zema após uma série de desentendimentos sobre a dívida dos estados. Em visitas anteriores do presidente a Minas Gerais, o governador optou por enviar seu vice, Mateus Simões (Novo), em seu lugar.

        Durante a inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex e o anúncio de novas contratações pela Stellantis, Lula aproveitou para alfinetar Zema sobre o desempenho econômico. “Precisou eu voltar à Presidência para que a economia voltasse a crescer. Ela não cresceu há quanto tempo? O Zema não lembra há quanto tempo a economia não cresceu 3%. Nem o Zema, nem os economistas”, provocou o petista.

        Ao fundo, Zema foi visto balançando a cabeça negativamente, demonstrando discordância com a afirmação de Lula.

(Fonte: Gazeta Brasil)