O ex-presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (29/abril) convocou seus apoiadores para uma nova manifestação em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Mesmo internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital DF Star, em Brasília, desde o dia 11, Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais chamando a população para o ato, previsto para 07/maio, na capital federal.

        Os organizadores reforçam que a manifestação será pacífica. No vídeo divulgado, aparecem lideranças políticas ligadas ao ex-presidente, como os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara; Zucco (PL-RS), líder da oposição; e Caroline de Toni (PL-SC), líder da Minoria. Também participam os pastores Silas Malafaia e Cláudio Duarte, que têm sido figuras centrais nas mobilizações pró-anistia.

        Outras edições do ato ocorreram este ano em Copacabana, no Rio de Janeiro, em março, e na Avenida Paulista, em São Paulo, em abril. Bolsonaro esteve presente em ambas, mas sua participação no evento de maio ainda é incerta devido à internação hospitalar.

Pressão pela Anistia

        O movimento busca pressionar a Câmara dos Deputados a votar o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. O PL já conseguiu 262 assinaturas no pedido de urgência, cinco a mais do que o mínimo necessário.

        “Nós estamos num processo de obstrução. Vamos com toda intensidade, já emanado uma composição com a Minoria, trabalhar por essa obstrução e por outras ações muito estratégicas que o líder Zucco, junto com toda a sua equipe, hoje traçou aqui, que acontecerão nos próximos dias e próximas semanas, até que o presidente Hugo Motta e o colégio de líderes delibere pela inserção na pauta do projeto de lei da anistia”, declarou Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.

        Ainda segundo Sóstenes, a bancada não pretende recuar: “Enquanto a anistia não for pautada, nós continuaremos fazendo todo o nosso empenho e não arredar o pé um milímetro sequer até que a gente faça justiça por essas pessoas.”

Resistência na Câmara

        Apesar da pressão da base bolsonarista, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem adotado uma postura cautelosa. Na semana passada, durante um evento, Motta afirmou que não permitirá que a proposta de anistia atrapalhe a agenda econômica da Casa.

        “Em um cenário de crise internacional, não podemos ter uma crise institucional. Temos que ter diálogo. Não vamos misturar essas pautas, vamos usar todo o nosso tempo com responsabilidade”, disse o deputado. Ele destacou que o projeto de reformulação do Imposto de Renda tem maior prioridade e apelo político, além de ressaltar que a proposta de anistia ainda divide os parlamentares.

(Fonte: Gazeta Brasil)