Lula oficializa saída de Lupi e nomeia Wolney Queiroz para Ministério da Previdência em meio a escândalo no INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, na noite de sexta-feira (02/maio), a exoneração de Carlos Lupi do cargo de ministro da Previdência Social. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e também nomeia Wolney Queiroz como novo titular da pasta.
A troca no comando do ministério ocorre em meio ao escândalo que envolve o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), investigado por um esquema bilionário de fraudes em pagamentos de aposentadorias e pensões. A Polícia Federal apura desvios que podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões.
Carlos Lupi estava à frente do ministério desde o início do atual governo, em 2023. Ele anunciou sua saída por meio das redes sociais e negou qualquer envolvimento com o esquema fraudulento que está sob investigação.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira, a função de ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade. Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, escreveu Lupi.
A substituição ocorre enquanto o governo tenta conter o desgaste político causado pelas denúncias, que envolvem servidores e possíveis intermediários de um esquema de pagamentos irregulares.
Wolney Queiroz, novo ministro, é ligado ao PDT e tem trajetória política consolidada, tendo exercido mandato como deputado federal por Pernambuco. Ele assume o desafio de reestruturar a pasta em um momento de forte pressão por transparência e responsabilização dos envolvidos no esquema.
“Ofensa à moralidade”: Damares tenta impedir nomeação de novo ministro da Previdência
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) protocolou na madrugada deste sábado (03/maio) uma ação popular na Justiça Federal de Brasília com o objetivo de impedir a posse de Wolney Queiroz como novo ministro da Previdência Social. A nomeação ocorre em meio à crise no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), investigado por fraudes que podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões.
Na petição de 27 páginas, Damares afirma que a indicação de Queiroz “ofende a moralidade” administrativa e representa a continuidade de uma estrutura que foi, segundo ela, “condescendente com os descontos ilegais de mais de R$ 6 bilhões dos bolsos dos segurados e beneficiários do INSS”.
Segundo a senadora, Wolney, que era secretário-executivo da pasta e ocupava o segundo cargo mais importante do ministério, “tinha total ciência da gravidade revelada pelo Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal” na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23/abril.
Damares também argumenta que os dirigentes do ministério “haviam sido alertados sobre possíveis fraudes em descontos não autorizados”, mas que “não foram tomadas as devidas providências para fazer cessar as atividades suspeitas”.
A ação pede que a Justiça declare nula a nomeação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo o texto, cometeu um “ato administrativo nulo” ao indicar “um nome diretamente implicado na omissão diante das fraudes bilionárias no INSS”.
Além disso, a senadora solicita o envio do caso para análise da Câmara dos Deputados e propõe multa diária de R$ 1 milhão caso o governo mantenha a nomeação de Queiroz.
A troca no comando do ministério foi oficializada nesta sexta-feira (02/maio), em edição extra do Diário Oficial da União.
(Fonte: Gazeta Brasil)