Desmoralização Programada

Por: Eng. João Ulysses Laudissi – 18/05/2025
Antes de discorrer sobre o tema deste artigo, fiz a leitura do livro “Subversão: Teoria, Aplicação, e Confissão de um Método” – de autoria de Yuri Aleksandrovich Bezmenov – Editora: Audax – R.J.
Neste artigo, o foco está na educação onde a influência ideológica tem visado a formar gerações críticas ou hostis à ordem atual, sem promover pensamento plural ou neutro, bem característico da subversão, uma palavra que vem do latim subvertere, que significa literalmente “virar de cabeça para baixo” (sub = por baixo + vertere = virar), ou seja, o termo subversão, consiste na tentativa deliberada de desestabilizar ou destruir uma ordem vigente, normalmente sem confronto direto, usando ideias, narrativas ou ações estratégicas.
Indo direto ao assunto da teoria da subversão, só que a soviética.
A teoria da subversão soviética, trata-se de um conjunto de estratégias de desestabilização ideológica usadas pela então União Soviética para “virar de cabeça para baixo” outras nações sem o uso da força militar, tendo na educação o seu principal campo de batalha ideológica durante a fase inicial da subversão.
Sua implementação tem início com a desmoralização, tendo no aparelho educacional, agindo de forma silenciosa, o seu espaço de atuação nas salas de aula, universidades e instituições de formação de professores, para começar a transformação cultural, moral e intelectual da sociedade.
Para conhecer um pouco mais dessa teoria, a leitura do livro “Subversão: Teoria, Aplicação, e Confissão de um Método” – de Yuri Aleksandrovich Bezmenov – é recomendável, uma vez que revela como a União Soviética utilizava a subversão ideológica — por meio da educação, mídia e cultura — para enfraquecer moral e politicamente sociedades ocidentais, preparando-as para eventual dominação sem guerra direta.
Uma boa leitura do livro de Yuri Aleksandrovich Bezmenov (1939-1993), um ex-agente da KGB, nascido na União Soviética, que desertou para o Ocidente nos anos 1970 e se tornou conhecido por denunciar os métodos soviéticos de subversão ideológica e guerra psicológica, menciona que a educação é o primeiro alvo dessa teoria soviética no longo prazo para transformar os valores de uma sociedade servindo para deixar de formar cidadãos autônomos e críticos, para criar militantes moldados por uma ideologia específica, muitas vezes sem percepção disso tendo como resultado, segundo o que entendi dessa teoria, uma sociedade que rejeita suas próprias raízes, instituições e liberdade, abrindo caminho para um novo regime cultural ou político.
Se olharmos para a prática educacional brasileira atual, salvo melhor juízo de grandes educadores brasileiros não contaminados por vieses de políticas ideológicas (vai ser difícil !!!), é possível visualizar como essa teoria se manifesta na prática educacional.
Como, então, essa teoria se manifesta na atual prática educacional:
1-Criando uma população que rejeita ou tem vergonha de sua própria identidade, ou seja, incentiva a reinterpretação da sua história.
2-Busca na neutralidade pedagógica o seu o alvo, para que em seu lugar a escola passe a promover engajamento político. Transforma a escola em centro de adestramento de estudantes adestrando-os para se tornarem militantes de outras causas sociais em vez de pensadores críticos. Isso é a famosa educação sentimental e ativista.
3-Passam a privilegiar e a ensinar conteúdos com ênfase desproporcional nas lutas de classes, coletivismo e relativismo moral, como estratégias para a disseminação das teorias marxistas e de outras teorias correlatas.
4-Utiliza os cursos universitários e de formação de professores para a doutrinação dos alunos, preparando-os para disseminar uma visão antagônica à religião, à família tradicional, à livre iniciativa e ao patriotismo. Os formados nesses “centros de doutrinamentos”, que não podem ser caracterizados como escolas, passam a reproduzir essa formação que receberam, perpetuando-se um ciclo de reprodução ideológica sem contestação, o que está alinhado com o conceito de subversão silenciosa.
5-Desestimula ou relativiza a importância do professor, os símbolos nacionais e os valores familiares, onde predomina a cultura escolar de “desconstrução” sem um novo alicerce moral ou cívico a ser colocado no lugar. Enfim, a pedagogia passa a rejeitar modelos tradicionais de ensino, substituindo-os por métodos que evitam estrutura, autoridade ou avaliação rigorosa. Fica eleita a rejeição à autoridade, à disciplina e à hierarquia.
6-Controla as organizações representativas dos estudantes por movimentos com viés político ou revolucionário, como parte da subversão cultural, muitas vezes com apoio externo, servindo para fomentar greves, ocupações e resistência às reformas.
7- Enfraquece o sentido de unidade nacional. Enfatiza divisões raciais, de gênero ou de classe de forma extrema visando criar um ambiente de hostilidade social constante, para favorecer as fases posteriores da subversão, como a desestabilização e a crise.
Concluindo, a leitura do livro de Bezmenov nos situa na teoria da subversão soviética e tem na educação o seu primeiro alvo de uma estratégia de longo prazo para transformar os valores de uma sociedade, para que deixe de formar cidadãos autônomos e críticos e passe a criar militantes moldados por uma ideologia específica, muitas vezes sem percepção disso, tendo como consequência, segundo a teoria, uma sociedade que rejeita suas próprias raízes, instituições e liberdade, abrindo caminho para um novo regime cultural ou político.