Mulher acusada de furto por seguranças de shopping relata trauma por acusação injusta

       Após ter sido confundida com uma ladra e ser acusada de furtar uma panela de pressão de uma loja de departamento de um shopping de Rio Preto, Edneia Francisca de Jesus, 41 anos, procurou a polícia e diz que vai à Justiça para cobrar os danos morais que sofreu.
        O boletim de ocorrência foi elaborado no 4º DP e o caso foi registrado como calúnia.
        O caso aconteceu em uma segunda-feira (28/abril), por volta das 13h00, quando ela estava de folga e recorreu ao Poupatempo Shopping Cidade Norte para regularizar o IPTU de sua residência bem como solicitar o religamento de sua água.
        Segundo ela, após descer até um banco dentro do estabelecimento comercial e realizar um saque, a mulher conta que se deslocou até a lotérica para efetuar o referido pagamento. No entanto, a vítima disse que parou em frente a uma loja de departamentos e ficou olhando uma vitrine de lençóis, e depois retornou o trajeto sentido à lotérica e pagou o parcelamento das contas e retornando, em seguida, ao Poupatempo para dar sequência nos seus interesses.
        Posteriormente, a mulher disse que foi comprar um suco e seguiu em direção a uma academia, mas percebeu que a referida loja estava muito movimentada e as atendentes procurando e se queixando sobre não localizar os seguranças para os devidos fins.
        Inicialmente, de acordo com a vítima, ela diz não ter entendido exatamente o que se passava, mas relatou que, quando estava em frente uma outra loja grande, viu uma moça se escondendo atrás de um carro branco com uma sacola na mão dando a entender que estava esperando alguém.
        Edneia conta que, neste momento, vieram dois seguranças, um mais forte e um mais magro além de uma segurança mulher.
        A declarante, que trabalha como açougueira, disse que adentrou à academia para verificar valores e formas de pagamento, por estar interessada em iniciar atividades físicas. Durante a conversa com a atendente da academia, Ednéia afirma ser abordada por dois seguranças. “Eu estava sendo acusada de furto junto com a moça que furtou a loja. Eles saíram me puxando, e eu dizendo que não precisava furtar nada de ninguém e eles me levando para a loja. Passei a maior vergonha e fiquei desesperada porque eu não estava entendendo nada”, desabafa Ednéia.
        Além disso, Edneia ressalta que a abordagem teria sido motivada por discriminação racial, e que foi coagida a admitir algo que não tinha feito com base nas cores da roupa que estava usando.
        Durante a confusão, ela chegou a perguntar para a suspeita se ela a conhecia – momento em que a mulher respondeu com uma negativa.
        A vítima ainda ressaltou que, somente após o ocorrido, é que os seguranças averiguaram as câmeras e pediram desculpas, mas alegaram que acusação partiu da gerente da loja, que tentou justificar que Edneia passou em frente ao estabelecimento no momento em que a pessoa furtou a panela.
         “O que eu passei eu não desejo a ninguém, foi um terror. Procurei um advogado porque pelas câmeras dá para ver que eu não tenho nada a ver com isso. Depois do vexame, eles me pediram desculpas porque puxaram imagens nas câmeras. Até hoje estou mal, não consigo mais entrar naquele lugar, começo a tremer e fico triste”, desabafa a acusada.
       Ednéia ainda declarou que, após o ocorrido, está em terapia e tomando calmantes em virtude do trauma, que desencadeou estado de tristeza intenso e insônia.

O lado do Shopping


        A reportagem solicitou posicionamento do Shopping que, por meio da assessoria de imprensa informou que, que a equipe de segurança do Shopping Cidade Norte fez uma abordagem profissional e cordial, após uma informação e, principalmente, durante a elucidação dos fatos.

 (Fonte: Jornal Dhoje Interior/Daniela Manzani)