Criadores do ChatGPT identificam 44 profissões em risco de serem substituídas pela Inteligência Artificial

O avanço da IA (Inteligência Artificial) deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma realidade palpável no mercado de trabalho. Um recente relatório da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT, identificou 44 profissões nos Estados Unidos que estão na primeira linha de risco de serem substituídas por sistemas avançados de IA.
Setores como o comércio varejista e atacadista já apresentam taxas de substituição superiores a 50% em tarefas-chave. No caso de empregados de balcão e aluguel, a IA superou os humanos em 81% dos testes realizados.
O estudo, publicado em 06/outubro/2025, utilizou a metodologia de comparação cega (GDPval). Pesquisadores da OpenAI avaliaram o desempenho de modelos de IA contra profissionais humanos em tarefas específicas de nove setores econômicos mais relevantes nos EUA. Para garantir a objetividade, especialistas humanos analisaram os resultados sem saber se o trabalho era de uma pessoa ou da IA, escolhendo a opção que consideraram superior.
Entre os modelos avaliados, o Claude Opus 4.1 da Anthropic superou os humanos em 47,6% dos casos, enquanto o GPT5-high da OpenAI alcançou 38,8% de sucesso. Essas cifras refletem o ritmo acelerado com que a IA se aproxima do nível de especialistas.
Setores e profissões mais afetadas
O impacto da automação laboral não é uniforme. O comércio varejista lidera a lista dos mais afetados, com chatbots superando os profissionais em 56% das tarefas. Em seguida, vêm o comércio atacadista, com 53%, e empregos no setor público (como oficiais de compliance e trabalhadores sociais), onde a IA alcança 52% de sucesso.
Em contraste, o setor de informação — que inclui diretores, produtores de cinema e jornalistas — mostrou maior resistência, com o modelo mais avançado superando os humanos em apenas 39% dos casos.
Dentro das 44 profissões mais vulneráveis, algumas ocupações apresentam taxas de substituição especialmente altas:
Profissão | % de Sucesso da IA |
Empregados de balcão e aluguel | 81% |
Gerentes de vendas | 79% |
Empregados de envio, recebimento e inventário | 76% |
Editores | 75% |
Desenvolvedores de software | 70% |
Detetives e investigadores privados | 70% |
O relatório, detalhado pelo Daily Mail, mostra que mesmo profissões tradicionalmente consideradas humanas, como detetives privados e investigadores, apresentam uma vulnerabilidade significativa, com 70% de taxa de substituição.
O propósito do estudo e a colaboração
O relatório também trouxe exemplos de tarefas em que a IA se destacou, como na avaliação de lesões de pele para enfermeiros registrados ou na criação de modelos 3D para engenheiros de manufatura, superando ou igualando o trabalho humano.
Apesar das projeções, a OpenAI pondera que “o objetivo do estudo não é afirmar que os humanos perderão seus empregos de maneira iminente”. A empresa busca, na verdade, destacar o potencial da IA como “ferramenta de apoio para melhorar a produtividade e a qualidade do trabalho diário”, ressaltando que a colaboração entre humanos e máquinas é a chave para transformar o mundo laboral.
Profissões como engenheiros industriais e editores de cinema e vídeo aparecem no final da lista das 44 mais vulneráveis, com 17% de sucesso da IA em substituí-los. No entanto, a OpenAI alerta que a avaliação se limita a “tarefas específicas” e que a automação total dos empregos “ainda enfrenta limitações inerentes à natureza multifacetada de muitas profissões”.
(Fonte: Gazeta Brasil)