Estudo mostra que uma bebida comum pode reduzir o risco de infarto e derrame em quase 30%

       Beber uma xícara de café por dia pode ajudar a proteger o coração contra uma condição silenciosa que aumenta o risco de infartos e derrames, segundo um novo estudo publicado no Journal of the American Medical Association e apresentado na conferência da American Heart Association, em Nova Orleans.

         A pesquisa, chamada “Does Eliminating Coffee Avoid Fibrillation” (DECAF), conduzida por cientistas norte-americanos, analisou o impacto do consumo de café em pessoas com fibrilação atrial (FA) — um tipo de arritmia que faz o coração bater de forma irregular ou acelerada demais. A condição afeta cerca de 1,5 milhão de britânicos e aumenta em até cinco vezes o risco de derrame, segundo a British Heart Foundation (BHF).

        Durante seis meses, os pesquisadores acompanharam 200 voluntários, com média de 70 anos, na Austrália, Canadá e Estados Unidos. Metade dos participantes manteve o consumo diário de café, enquanto a outra metade cortou a cafeína completamente.

        Os resultados mostraram que os consumidores de café tiveram um risco 27% menor de recorrência da fibrilação atrial. Entre os que bebiam a bebida, 47% apresentaram novo episódio de arritmia, contra 64% dos que se abstiveram.

        O cardiologista Gregory Marcus, professor da Universidade da Califórnia e líder do estudo, afirmou ter ficado “surpreso com a magnitude do efeito protetor do café com cafeína”. Ele destacou que muitos pacientes evitam a bebida por orientação médica, embora não haja consenso científico sobre o tema.

       Ainda não se sabe ao certo por que o café parece ter efeito protetor, mas os pesquisadores sugerem que compostos anti-inflamatórios presentes na bebida podem ajudar a reduzir o risco de novos episódios de arritmia.

        A cardiologista Johanna Contreras, do Mount Sinai Fuster Heart Hospital, em Nova York, que não participou do estudo, avaliou que o consumo moderado — cerca de uma xícara por dia — é seguro para quem tem fibrilação atrial. “Não há uma regra rígida. Nem todos têm a mesma reação à cafeína”, afirmou.

        Os especialistas alertam, no entanto, que os resultados não se aplicam a pacientes com casos não tratados de fibrilação atrial e que a moderação continua sendo essencial.

        Quer que eu adapte o texto com um tom mais leve e explicativo (voltado para o público geral, estilo portal de saúde) ou mais técnico e científico, como em uma editoria de ciência?

(Fonte: Gazeta Brasil)