Golpe da falsa empresa expõe quadrilha que atuava com leilões virtuais
A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (28/novembro), uma etapa decisiva da Operação Falsa Empresa, investigação que desmantelou um esquema de estelionato digital que usava dados reais de uma companhia legítima de Rio Preto para aplicar golpes de falso leilão e venda inexistente de veículos. A ação, conduzida pela 1ª DIG da Deic de Rio Preto, identificou uma organização criminosa estruturada, com atuação concentrada na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
No total, 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, todos com apoio da Polícia Civil mineira.
De acordo com o delegado divisionário da Deic, Fernando Tedde, o caso teve início após a empresa rio-pretense procurar a polícia ao perceber que seus dados estavam sendo utilizados em anúncios fraudulentos. “Quando as vítimas percebiam que tinham caído em um golpe, elas ligavam para a empresa verdadeira, que não tinha relação alguma com o crime. Isso gerou prejuízo e transtornos, motivando a denúncia”, afirmou.
A quadrilha usava site, números falsos e anúncios até na TV. Segundo as investigações, o grupo criou uma empresa fictícia que se apresentava como vendedora de veículos, leilões e consórcios. O site era profissional, mantinha telefones dedicados e ampla divulgação em redes sociais, televisão e jornais.
Quebras de sigilo permitiram mapear seis números telefônicos, diversas contas de WhatsApp e usuários envolvidos na trama. Muitos dos criminosos usavam linhas cadastradas com dados falsos.
Durante os mandados, que ocorreram em Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia e Governador Valadares, os policiais apreenderam grande quantidade de celulares, computadores e documentos. “Foi um trabalho voltado à coleta de provas. Ninguém foi preso nessa fase, mas o material arrecadado é farto e vai permitir aprofundar a investigação”, explicou Tedde.
Ao todo, 18 investigados foram localizados e ouvidos. A primeira DIG da Deic contou ainda com o apoio do Depatri de Minas Gerais, que auxiliou no cumprimento integral das ordens judiciais.
Falso leilão era o golpe recorrente . As vítimas acreditavam estar adquirindo veículos por preços atrativos. “Elas chegavam ao endereço acreditando que buscariam o carro, mas não existia empresa nem veículo. Era tudo fictício”, disse o delegado. Segundo ele, outros tipos de golpes também eram aplicados, como no caso de consórcios. Embora ainda não haja um levantamento definitivo, Tedde estima que o prejuízo causado pela quadrilha ultrapasse milhões de reais.
Risco maior durante o período de promoções online, com o aumento das compras virtuais — especialmente em datas como a Black Friday —, o delegado reforçou orientações para evitar golpes. “Se o anúncio oferecer um desconto muito grande, saia do link, pesquise os contatos oficiais da empresa e confirme se a promoção é verdadeira. Esse passo simples reduz muito o risco de cair em fraudes”, alertou.
Organização criminosa estruturaa, pois os investigados responderão por estelionato mediante fraude eletrônica e organização criminosa.
A análise do material apreendido deve continuar pelos próximos meses, e o delegado acredita em novas fases da operação. “Acreditamos que mais pessoas sejam envolvidas. Com esse volume de provas, certamente teremos novos desdobramentos.” Tedde também reforçou que recuperar o dinheiro perdido costuma ser difícil, devido à estrutura da quadrilha. “As organizações criminosas se planejam para fazer com que o dinheiro desapareça rapidamente. Por isso, a prevenção é sempre o caminho mais seguro.”
A Operação Falsa Empresa segue em andamento, com foco na identificação de novos participantes e no rastreamento dos valores movimentados pelo esquema.
(Fonte: Jornal Dhoje Interior Q Danielle Milnar)











