Atletas de handebol são chamadas de “macacas” em Jogos Escolares no Piauí; competição é cancelada

    Estudantes que participavam dos JEPIR (Jogos Escolares da cidade de Piripiri – Jogos Escolares Piripirienses), ao Norte do Piauí, foram vítimas de racismo em uma dos confrontos válidos pela competição escolar. A competição faz parte das atividades do Centro Educacional Municipal Vereador Joaquim de Sousa Cavalcante.

     O caso ocorreu na última quarta-feira (09/agosto). Depois do fato, a prefeitura da cidade piauiense resolveu retirar a modalidade da disputa. As jogadoras relataram que o fato não foi denunciado à polícia.

      Em entrevista ao G1, Ana Carine, jogadora que sofreu as ofensas racistas, relatou que as ofensas começaram no 2º tempo, quando seu time trocou de lado do campo, ficando próximo aos torcedores do time rival.

      “O jogo começou bem, mas no 2º tempo o nosso time trocou de lado e acabamos ficando de frente para a torcida contrária e aí eles começaram a ofender eu, outra jogadora e a goleira, falando que nós éramos ruins. Depois partiram para os comentários desnecessários e eu acabei chorando quando o tempo acabou, e foi aí que eles nos chamaram de macacas”, contou a jogadora.

     Ana também relatou que após ofensas racistas, torcedores perguntaram o que ela e sua amiga de time “tinham entre as pernas”.

     “Doeu muito. Isso ficará para sempre na minha mente e na das meninas do time”, comentou Ana.

Exclusão da modalidade

     Após o caso, a conta dos JFPIR realizados pela SEJUCE (Secretaria Municipal do Juventude, Cultura, Esporte e Turismo), informou que o time envolvido na prática delituosa foi desclassificado e que a categoria do handebol feminino juvenil será excluída dos jogos.

     “A Coordenação Geral do JEPIR 2023, informa que, após o ato de infração grave, onde houve conduta discriminatória, decide que m conformidade com os artigos 31 e 32 do RGJ2023, excluir do campeonato a modalidade envolvida, qual seja, handboll feminino, na categoria juvenil, bem como todos os atletas identificados na prática delituosa e a torcida presente no momento do evento

     Diante do fatídico caso, a comissão organizadora do JEPIR 2023 ratificado total repúdio por toda e qualquer ação ou ato de racismo, discriminação ou preconceito, bem como reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial.”

(Fonte: GE)