Bia Souza e Rafael Baby conquistam bronze no Mundial de Judô

    Esporte que mais vezes foi ao pódio para o Brasil em Olimpíadas, o judô nacional chegou ao último dia de competições individuais do Campeonato Mundial em Doha, no Catar, sem medalha. Mas Bia Souza e Rafael Baby quebraram o jejum. Na primeira luta, Bia venceu a sul-coreana Kim, por Ippon, e faturou a medalha de bronze, sua 3ª medalha em Mundiais. Na sequência, Rafael Silva, o Baby, venceu por wazari o líder do ranking Temur Rakhimov, do Tadjiquistão .

     Bia enfrentou a sul-coreana Kim na disputa pelo bronze. Com 14 segundos, a arbitragem puniu as duas judocas com um shido (falta de combatividade). Mas, com 2min54s para o fim, o Ippon garantiu a medalha para Bia Souza.

     “O foco era a medalha de ouro, mas, depois que eu perdi nas quartas, me falei que não sairia sem medalha. Estou muito bem preparada. Estou muito feliz de ter conquistado essa medalha”, disse Bia em entrevista ao sportv. “Isso me dá motivação. A gente treina tanto, seis dias na semana. Trazer resultado mostra que a gente está no caminho certo, o objetivo é a medalha olímpica”, frisou Bia.

      A disputa da final na categoria +78kg foi entre a japonesa Akira Sone e a francesa Julia Tolofua. Com mais de 10 minutos de combate, a francesa recebeu falta por falta de competitividade e Akira, atual campeã olímpica, conquistou o ouro.

     Rafael Silva fez uma grande campanha no Campeonato Mundial, venceu o campeão do ano passado, o cubano Andy Granda, e surpreendeu na disputa de bronze, ao vencer o líder do ranking, Temur Rakhimov, do Tadjiquistão, por wazari no golden score.

     No começo da luta, o líder do ranking tentou manter o Rafael em movimento, mas os dois levaram shido por falta de combatividade. O combate seguiu equilibrado, com o brasileiro tentando estabilizar o adversário pela gola.

     No golden score, o gigante Baby conseguiu ser mais efetivo no tatame e travou o adversário para vencer a luta por wazari.

     Considerado o maior nome do judô na atualidade, o francês Tedy Riner conquistou o 11º título de campeão mundial em cima do russo Inal Tasoev também no golden score.

      Baby, como é conhecido, fez 36 anos na última quinta-feira (11/maio), e é o mais velho de sua categoria na competição. Dono de duas medalhas olímpicas, bronze em Londres 2012 e Rio 2016, além de quatro em Mundiais: prata em 2013, bronze em 2014, 2017 e a atual de 2023. Em outras três oportunidades foi 5º colocado no Mundial: 2010, 2019 e 2021.

Brasil foi sem dois dos principais judocas

     A seleção brasileira viajou para o Catar desfalcado de duas das suas principais estrelas, a tricampeã mundial Mayra Aguiar, e o medalhista de bronze nas Olimpíadas Daniel Cargnin. Além disso, Larissa Pimenta, 7ª colocada no Mundial de 2022 seria uma boa possibilidade de pódio esse ano, mas também ficou fora por conta de lesão

     A última vez que o Brasil ficou fora do pódio foi em 2009. A seleção passava por uma entressafra no feminino e, a partir dali, surgia a maior geração da história do país, com nomes como Sarah Menezes, Mayra, Rafaela Silva, Erika Miranda e Maria Suelen. O time masculino começava a se desfazer da geração de ouro, com Tiago Camilo, Leandro Guilheiro, Luciano Correa e João Derly já na metade final da carreira.

     De lá para cá, foram 10 Campeonatos Mundiais no pódio. Desde campanhas espetaculares, como em 2013, com seis medalhas, até um pódio solitário de Erika Miranda em 2018. Ano passado, em 2022, foram quatro medalhas, com dois ouros (Mayra Aguiar e Rafaela Silva), uma prata (Bia Souza) e um bronze (Daniel Cargnin), e a 2ª posição no quadro de medalhas.

     O Brasil, em Doha 2023, já soma dois bronzes com Bia Souza e Rafael Silva. A disputa de medalha por equipes acontece na próxima segunda-feira (15/maio).

(Fonte: GE)