Cacá Diegues, cineasta brasileiro, morre aos 84 anos

        O cinema brasileiro perdeu nesta sexta-feira (14/fevereiro) um de seus grandes mestres. Cacá Diegues, cineasta, roteirista e um dos principais nomes do Cinema Novo, faleceu aos 84 anos, vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia. A informação foi confirmada por familiares.

        Carlos José Fontes Diegues nasceu em 1940, em Maceió, Alagoas. Filho de um antropólogo e de uma fazendeira, ele se aproximou do cinema durante a juventude, enquanto cursava Direito na PUC-Rio. Na universidade, fundou um cineclube e começou a produzir filmes amadores ao lado de nomes como Arnaldo Jabor. A paixão pela sétima arte se consolidou e, ao fim dos anos 1950, o jornal estudantil O Metropolitano, do qual era editor, tornou-se um importante espaço para a formação do Cinema Novo. Em 1961, deu início oficialmente à sua carreira cinematográfica.

        Ao lado de Glauber Rocha e Leon Hirszman, Diegues ajudou a revolucionar o cinema nacional, trazendo uma abordagem realista e crítica da sociedade brasileira. Entre suas obras mais icônicas estão A Grande Cidade (1966), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980) e Deus é Brasileiro (2003).

        Com o passar dos anos, o diretor também alcançou sucesso comercial com filmes como Tieta do Agreste (1996), baseada na obra de Jorge Amado.

        Cacá Diegues deixa um legado inestimável para o cinema brasileiro. Em 2018, foi eleito para a cadeira 7 da ABL (Academia Brasileira de Letras), ocupando o posto que pertencia ao também cineasta Nelson Pereira dos Santos, seu amigo e colaborador.

        O cineasta era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. Ele deixa quatro filhos, sendo dois de seu casamento com a cantora Nara Leão, além de três netos.

(Fonte: Gazeta Brasil)