Câmara aprova piso salarial nacional para professores temporários da educação básica

     A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana que passou  o projeto de lei que estabelece o piso salarial nacional para professores da educação básica contratados por tempo determinado. A proposta (PL 672/25), de autoria do deputado Rafael Brito (MDB-AL), segue agora para análise do Senado.

        O texto aprovado é o substitutivo da deputada Carol Dartora (PT-PR), que amplia o benefício para profissionais com a formação mínima exigida pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e para aqueles que desempenham funções de suporte pedagógico, como direção, supervisão, planejamento e coordenação.

        Segundo Dartora, a medida não representa aumento de despesas, pois a maior parte dos estados já utiliza recursos do Fundeb para custear o piso. “Ninguém se forma para ser professor temporário, mas para ser professor”, afirmou a relatora.

        Atualmente, 51,6% dos docentes da rede pública trabalham sob contratos temporários, enquanto 46,5% são efetivos. Entre os temporários, 43,6% atuam há pelo menos 11 anos na profissão. Para Dartora, o projeto corrige uma distorção histórica e combate a precarização da categoria.

        O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou que a orientação foi de voto favorável como forma de “homenagear os professores”.

        Durante a votação, parlamentares divergiram sobre o impacto financeiro da medida. O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) considerou “impraticável” igualar de imediato os salários de temporários e concursados, especialmente em municípios mais pobres. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) apontou que ainda existem estados e prefeituras com dificuldades para pagar o piso dos professores efetivos.

        A questão do piso para docentes temporários também está em discussão no STF (Supremo Tribunal Federal). A Corte analisa recurso do governo de Pernambuco contra decisão que reconheceu o direito de uma professora temporária ao piso nacional. O resultado do julgamento terá repercussão geral, valendo para casos semelhantes em todo o país.

(Fonte: Gazeta Brasil)