Casal é preso acusado de tortura em crianças que estavam em processo de adoção

     Na tarde de quarta-feira (16/agosto) a Polícia Civil prendeu um homem de 31 e uma mulher de 29 anos, suspeitos de praticarem tortura contra duas crianças, um menino 7 e uma menina de 6 anos, na cidade de Colina (SP).

     A prisão preventiva dos suspeitos foi decretada pela Justiça após a representação do delegado Gustavo Rodrigo Lopes Coelho, e oferecimento da denúncia pelo Ministério Público pelos crimes de tortura e castigo.

     Os mandados foram imediatamente cumpridos pela equipe da Delegacia de Polícia de Colina, sendo os autores detidos em casa.

     O trabalho de investigação teve início no dia 26 do mês passado, após uma denúncia feita pelo Conselho Tutelar, que tomou ciência das possíveis agressões que estariam sendo praticadas pelo casal contra as crianças.

      O delegado Gustavo determinou o registro do boletim de ocorrência, a princípio, de maus-tratos e tortura, colhendo as declarações de todos os envolvidos. Inclusive foram apresentadas fotos que mostram os hematomas e machucados nas crianças.

     Os suspeitos estavam participando de um processo de adoção das crianças, que encontrava-se em fase final. Eles já tinham a guarda provisória e apenas aguardavam o trâmite legal para ficar com as crianças em definitivo.

     No dia 27, o delegado Gustavo representou ao Poder Judiciário e foram decretadas as medidas protetivas em favor das crianças, em que o casal investigado não pode manter contato e nem se aproximar delas, sendo as vítimas entregues aos cuidados dos avós.

Promotoria

     A promotora de justiça Paloma Marques Pereira, que atuou no caso, explicou que os acusados estavam inscritos no Cadastro Nacional de Adoção e, em 21/setembro/2022, obtiveram a guarda provisória das crianças, que até aquele momento estavam em situação de acolhimento institucional.

      Uma ação para adotar oficialmente as duas vítimas chegou a ser proposta pelos réus junto ao Judiciário de Colina. Contudo, durante todo o período de convivência, os acusados agrediram intensamente as crianças como forma de aplicar castigos.

     Uma das vítimas, que possui malformação anorretal e utiliza bolsa de colostomia, era obrigada a dormir do estrado da cama, sem colchão, para evitar o eventual vazamento de fezes. Entre as torturas praticadas pelos acusados estavam ainda queimaduras, mordidas, enforcamentos e agressões na região genital.

     “As crianças eram ameaçadas de morte pelos acusados, caso contassem das agressões. Além disso, os denunciados aproveitavam-se do fato de que estavam em processo de adoção para evitar que eles narrassem a terceiros, uma vez que as crianças tinham consciência de que eventuais denúncias poderiam levá-las novamente ao acolhimento institucional”, informou a promotora Paloma no documento.
(Fonte: O Diário Online – Regional 24 Horas)