Celulares de PMs e da namorada de delator do PCC assassinado no Aeroporto de Guarulhos são apreendidos
A Polícia Civil de São Paulo deu início a uma série de investigações envolvendo os quatro agentes da Polícia Militar responsáveis pela segurança particular do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, morto a tiros na tarde da última sexta-feira (08/novembro) no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os celulares dos PMs e da namorada da vítima foram apreendidos com o objetivo de apurar um possível envolvimento dos seguranças no assassinato.
Gritzbach, ex-corretor da Porte Engenharia e Urbanismo e delator em investigações sobre o PCC (Primeiro Comando da Capital), foi morto a tiros de fuzil por dois criminosos na saída do desembarque do Terminal 2 do aeroporto. Imagens das câmeras de segurança do local mostram o momento do ataque, que também deixou outras três pessoas feridas. Os feridos, dois homens e uma mulher, foram atendidos e liberados após atendimento médico.
Segundo informações preliminares, Gritzbach estava retornando de uma viagem com sua namorada e seria recebido por um grupo de seguranças, todos PMs. Durante o trajeto até o aeroporto, um dos veículos da escolta apresentou problemas mecânicos, o que teria deixado os outros três seguranças para trás. A principal linha de investigação busca entender se houve negligência por parte dos PMs, que poderiam ter deixado o empresário vulnerável.
Em decorrência da gravidade do caso, os quatro policiais militares e a namorada de Gritzbach já prestaram depoimento à Polícia Civil e também à Corregedoria da PM, que está apurando a conduta dos agentes. A perícia, realizada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana), apontou que o atentado contou com pelo menos 27 disparos. Além disso, dois carros usados pela escolta foram apreendidos, e um terceiro veículo, encontrado em posse dos criminosos, também foi apreendido.
O ex-empresário e delator, que havia firmado um acordo de delação premiada com o MPE (Ministério Público Estadual), estava sendo investigado por suas ligações com o PCC e suspeitas de corrupção no mercado imobiliário. Ele já havia prestado depoimentos em investigações sobre lavagem de dinheiro da facção, e mencionou envolvimento de policiais em corrupção.
Gritzbach foi alvo de um atentado anterior, em dezembro/2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra o apartamento onde morava, mas o tiro não o atingiu. O MPE investiga a construtora Porte Engenharia, onde ele trabalhou até 2018, por suspeitas de envolvimento com tráfico de drogas, a partir das informações fornecidas na delação.
A Porte Engenharia, por meio de uma nota oficial, afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações sobre a morte de Gritzbach e disse desconhecer qualquer envolvimento de seus antigos funcionários com organizações criminosas.