Comerciantes relatam prejuízos financeiros após aumento do tráfico de drogas no Centro de Rio Preto

        Comerciantes da região central de São José do Rio Preto relatam prejuízos financeiros após o aumento de usuários de entorpecentes e também do tráfico de drogas no local.

        À TV TEM, um comerciante, que preferiu não se identificar, afirma que precisou aumentar a segurança do estabelecimento após notar a situação da região. “A proteção agora é com alarmes, muitos cadeados, além de um segurança mesmo no local. Nós conversamos com esses usuários de drogas que passam por aqui, mas é uma turma que vem, aí você conversa com para eles irem embora, no outro dia já é outra turma que vem” explica o comerciante.

        Outro comerciante de um hotel pontua que a situação tem afetado diretamente a economia do negócio. “A gente tem bastante reclamação de cliente, perda de eventos. As empresas quando vêm fazer a cotação de um evento aqui fica receosa devido a essa segurança nessa área onde estamos localizados, então gera esse impacto na produtividade do hotel”, lamenta.

Falta de políticas públicas

        O MP-SP (Ministério Público de Estado de São Paulo) apontou que a população em situação de rua de Rio Preto aumentou em 2025 devido a falta de políticas públicas.

        O último levantamento feito pela Prefeitura, em 2024, 756 pessoas viviam em situação de rua no município. A maioria dela, segundo o Censo, é composta por homens negros (85,1%) ou pardos (63,8%), com idades entre 30 e 49 anos (63,5%), e baixo nível de escolaridade.

        Esta população, no entanto, parece ter aumentado ainda mais em 2025, segundo os moradores do município.

        O promotor de justiça Sérgio Clementino diz que um dos causadores do aumento no número da população em situação de rua é a paralisação das políticas públicas. “Nós sentimos que houve uma certa paralisação, e agora a gente está cobrando quais serão as novas políticas dessa gestão atual. A gente tem uma informação que existe um projeto para criar um novo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Isso é bom, mas não é suficiente” explica.

        Além disso, o promotor fala sobre a importância de um enfrentamento maior nessa questão, pois é algo que já acontece há anos.

“É uma situação de difícil solução. Esse problema pode estar ligado com a paralisação das políticas públicas e é preciso que a gestão implemente novas políticas com acolhimento, atendimento para que ao invés de ter um crescimento do número de pessoas, haja uma diminuição até a gente chegar em uma situação ideal”, revela. O que diz a prefeitura

         À TV TEM, o secretário de Assistência Social de Rio Preto, Frederico Afonso Izidoro, disse que desconhece o aumento da população em situação de rua em 2025. “No nosso banco de dados, na nossa métrica, que é monitorado mensalmente, não houve nenhum registro de aumento. Os números são estáveis e o número é de 70% de pessoas que estão fora daqui de Rio Preto, então não temos dados oficiais, são dados científicos, pode ter um aumento na sensação aqui no centro”, pontua.

       Sobre as medidas a serem tomadas, o secretário falou sobre uma mudança na metodologia. “Nós estamos revendo e já foi até publicado sobre. É uma abordagem social diferente para melhorar essa situação […] além disso temos a implantação, em breve, de um novo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, com outra dinâmica, outro horário, justamente para melhorar a situação atual”, revela.

        O secretário de Segurança Pública, Márcio Cortez, falou que a questão da população em situação de rua não deve ser tratada como um crime e que o caso é um problema eclético. “A gente sabe que muitas dessas pessoas são vulneráveis e precisam realmente de uma assistência. É um problema eclético, pois depende não só de educação, saúde e assistência social, mas um trabalho de todas as secretarias, e hoje a gente tem uma grande demanda vinda de outros municípios e as cidades maiores que estão sendo polos que captam esse tipo de moradores” explica.

(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba)