Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson

Ambulatório do Hospital de Base é referência no interior paulista com atendimento e cirurgias de alta complexidade
Comemorando 15 anos da primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda, equipe do Hospital de Base destaca importância do diagnóstico precoce e tratamento especializado.
No dia 11/abril é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson, condição neurológica crônica e progressiva que afeta mais de 200 mil brasileiros e a segunda mais comum entre as doenças neurodegenerativas, atrás apenas do Alzheimer. No interior do estado de São Paulo, o Ambulatório de Transtornos do Movimento e o Serviço de Neurocirurgia do HB (Hospital de Base) de São José do Rio Preto, se destacam como centros de referência no diagnóstico, tratamento clínico e cirúrgico da doença.
Coordenado pelo neurologista Dr. Fábio de Nazaré, o ambulatório atende semanalmente cerca de 15 pacientes, sendo 70% deles com diagnóstico de Parkinson. “É o único da região voltado exclusivamente para o acompanhamento de doenças como Parkinson, tremor essencial, distonias, ataxias e doença de Huntington. Definimos o diagnóstico, ajustamos o tratamento e, quando necessário, selecionamos pacientes para cirurgia”, explica Dr Fábio.
Entre os fatores de risco, estudos apontam a exposição a agrotóxicos, metais pesados e, principalmente, o envelhecimento. “À medida que envelhecemos, os mecanismos de proteção dos neurônios deixam de funcionar adequadamente, tornando as células mais vulneráveis”, afirma o neurologista.
Segundo o especialista, o diagnóstico da doença é essencialmente clínico, baseado nos sintomas e histórico do paciente, mas, exames como a ressonância e a tomografia são utilizados para descartar outras doenças. Em relação ao tratamento, Dr. Fábio explica ser sintomático, com medicamentos que aliviam tremores, rigidez e lentidão dos movimentos, mas que não possuem o potencial de interromper a progressão da doença. “Há, no entanto, medidas que ajudam a retardar a evolução: boa alimentação, sono adequado, atividade física, lazer e evitar álcool e cigarro”, frisa Dr Fábio.
Neurocirurgia aliada ao tratamento de Parkinson
Para pacientes que não respondem mais ao tratamento medicamentoso, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) pode ser uma alternativa decisiva. A técnica, que insere eletrodos em áreas específicas do cérebro ligados a um gerador implantado no tórax – como um “marcapasso cerebral” – pode reduzir em até 50% o uso de medicamentos e melhorar significativamente a qualidade de vida.
“Mas nem todos os pacientes são candidatos. Eles passam por triagem rigorosa no ambulatório, onde avaliamos histórico, resposta ao medicamento, exames de imagem e testes neuropsicológicos. Pacientes com demência, depressão grave ou alterações estruturais cerebrais não são indicados para o procedimento”, explica o neurocirurgião Dr. Carlos Rocha.
Foi esse o caminho percorrido por Dircelei Ferreira Pessoa, diagnosticada com Parkinson aos 43 anos. Hoje com 65, ela lembra o impacto da doença em sua rotina. “Começou com a mão direita e o pé travando. Depois fui perdendo a força. Caia quando ia me sentar e tive muitos momentos de ficar travada dentro de casa. Até lavar louça virava um desafio”, conta Dircelei.
Após anos de tratamento clínico, ela foi indicada para a cirurgia. “Antes do procedimento, cheguei a passar um aniversário travada, consegui correr para me deitar, mas acabei travando com metade do corpo para fora da cama, sem conseguir me mover, sem telefone, sozinha em casa. Achei que fosse morrer”, conta a paciente.
Cinco anos após a cirurgia, a vida da aposentada mudou completamente. “Eu voltei a fazer tudo em casa. Coisas que não conseguia há anos. Eu ando, caminho, vivo normalmente. O doutor até fala que nem parece que tenho Parkinson”, relata com alívio.
O Hospital de Base de São José do Rio Preto é o único hospital no noroeste paulista a realizar a cirurgia. Centro de referência direta para uma região que abrange 102 municípios e mais de 1,7 milhões de habitantes, o HB conta com infraestrutura comparável aos maiores centros do país, sendo ainda, o terceiro em realização desse tipo de cirurgia no estado, com uma média de 10 a 15 cirurgias por ano.
“Temos estrutura comparável aos melhores centros do país. Usamos o arco estereotáxico de Leksell e equipamentos de última geração, como tomografia e ressonância de alta definição. E o mais importante: oferecemos isso gratuitamente para a população”, reforça Dr. Carlos Rocha.
Com o envelhecimento acelerado da população, a estimativa é de que o número de pacientes com Parkinson dobre até 2050. “Por isso, o trabalho conjunto entre diagnóstico precoce, tratamento clínico, equipe multiprofissional e, quando necessário, cirurgia, é essencial para garantir dignidade e qualidade de vida aos pacientes”, finaliza Dr Rocha.
4º Simpósio de Distúrbios do Movimento e Encontro de Pacientes com Doença de Parkinson
Em celebração dos 15 anos de realização de implantes de marcapasso cerebral para o tratamento da doença de Parkinson o Hospital de Base promove, nos dias 01, 02 e 03/maio, o 4º Simpósio de Distúrbios do Movimento, no Centro de Convenções da Famerp, em São José do Rio Preto.
A abertura do simpósio contará com palestras interdisciplinares abertas ao público, incluindo pacientes, familiares e cuidadores, seguidas de uma extensa programação científica. O evento abordará diversos temas relacionados aos transtornos do movimento, com ênfase na doença de Parkinson.
Mais informações através do link: https://funfarme.iweventos.com.br/evento/simposiodisturbios2025/home(Fonte
(Fonte: Assessoria de Imprensa Funfarme)