Em coletiva, Bolsonaro se manifesta sobre acusações de golpe

       O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta segunda-feira (25/novembro) sobre as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em entrevista à imprensa no aeroporto de Brasília, Bolsonaro reafirmou que todas as suas ações durante o governo foram dentro dos limites da Constituição e que nunca houve qualquer discussão sobre um golpe de Estado.

        “O inquérito não tem a participação do Ministério Público, a mesma pessoa faz tudo. E no final, dá o relatório e vota para condenar quem quer que seja. Golpe de Estado é uma coisa séria. Tem que estar envolvidas todas as Forças Armadas. Senão, não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando”, declarou Bolsonaro, enfatizando que, em sua visão, nunca houve qualquer tipo de planejamento ou intenção de desestabilizar o governo.

        O ex-presidente também criticou a condução dos inquéritos e alegou que eles estão sendo manipulados, fazendo referência aos áudios vazados de militares investigados pela PF (Polícia Federal).

        “Os inquéritos, ninguém tem dúvida, até pelos áudios vazados, que o processo todo é conduzido, é alterado o tempo todo. Inclusive, tem um grau de sigilo o mais alto possível para ser alterado à maneira que convém ao encarregado do inquérito”, afirmou o ex-presidente.

        Bolsonaro também disse que a palavra “golpe” nunca fez parte de seu vocabulário. “A palavra golpe nunca esteve em meu dicionário. Desde quando eu assumi, em 2019, vinha sendo acusado de querer dar um golpe”, afirmou, destacando que se alguém tivesse discutido um golpe com ele, teria questionado as consequências e os impactos para o país.

        Sobre os áudios divulgados pela PF, que sugerem discussões sobre um possível golpe, Bolsonaro afirmou que se sentiu ofendido, mas não tomou nenhuma ação sobre o assunto. “Não levei para frente. Até para estado de Defesa. Não convoquei ninguém e não assinei papel. Eu procurei saber se existia alguma maneira na Constituição para resolver o problema. Não teve como resolver, descartou-se”, declarou.

        Na última semana, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro no inquérito que investiga a tentativa de golpe após as eleições. O relatório final da investigação foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira (21/novembro), com 36 pessoas indiciadas, incluindo ex-ministros de Bolsonaro, como Augusto Heleno e Walter Braga Netto, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

(Fonte: Gazeta Brasil)