Em depoimento à PF, ex-comandantes das Forças Armadas falam em pressão de Bolsonaro por golpe de Estado
Os ex-comandantes do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e da FAB, tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, confirmaram à PF (Polícia Federal) a existência de uma pressão feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por um golpe de Estado.
A Veja, o O Globo e a CNN Brasil conseguiram acesso às íntegras dos depoimentos dos dois militares, que falaram à PF na condição de testemunhas.
De acordo com Gomes e Baptista, Bolsonaro apresentou uma “hipótese de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e outros instrumentos jurídicos como estado de defesa ou estado de sítio” para permanecer no poder.
Nos depoimentos à PF, os militares também implicaram diretamente o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na elaboração de um plano de golpe.
Paulo Sérgio Nogueira foi apontado como um articulador da minuta, enquanto Anderson Torres seria uma espécie de “tradutor jurídico” para os comandantes.
O general e o tenente-brigadeiro afirmaram à Polícia Federal que rechaçaram em diversas oportunidades uma proposta de golpe de Estado, enquanto que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria colocado a tropa à disposição de Bolsonaro.
Os ex-comandantes confirmaram em depoimento que foram chamados ao Alvorada para reuniões com Bolsonaro pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira para tratar do assunto.
Segundo eles, o ex-assessor de Bolsonaro, Filipe G. Martins, apresentou um documento que embasaria juridicamente o que, na prática, seria um golpe de Estado.
O conteúdo é similar ao arquivo encontrado no celular do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, de acordo com a PF.
(Fonte: Gazeta Brasil)