Empresa Britânica de biocombustível vai transformar esgoto em combustível de avião
A companhia britânica de biocombustíveis Firefly firmou um acordo com a companhia aérea de baixo custo Wizz Air para construir uma refinaria comercial que ajudará a converter esgoto em combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).
De acordo com a Firefly, que desenvolveu o processo de conversão, o combustível ainda está em fase de testes regulatórios. Se aprovado, poderá ser usado para alimentar aeronaves, informou a empresa nesta semana.
A refinaria, a primeira do gênero, será construída em Essex e poderá começar a fornecer suprimentos comerciais de SAF até 2028 para atender aos aeroportos de Londres. Há potencial para mais duas dessas instalações no Reino Unido, segundo a Firefly.
A Wizz Air informou que está investindo ao fazer um grande pedido de até 525.000 toneladas do combustível à base de resíduos da Firefly pelos próximos 15 anos.
Enquanto isso, a empresa de serviços públicos Anglian Water anunciou que fornecerá à Firefly biossólidos de seu processo de tratamento de águas residuais para uma unidade piloto.
O presidente-executivo da Firefly, James Hygate, disse que os biossólidos são “um tipo de coisa nojenta”, mas “um recurso incrível”.
“Estamos transformando esgoto em combustível de aviação. Não consigo pensar em muitas coisas mais legais do que isso”, acrescentou.
A produção de SAF usa 70% menos carbono do que o combustível de aviação convencional, mas atualmente é significativamente mais cara de produzir.
De acordo com Paul Hilditch, diretor de operações da Firefly, “há biossólidos suficientes no Reino Unido para mais de 200.000 toneladas de SAF” – o que, segundo ele, é suficiente para atender a cerca de metade da demanda obrigatória de SAF em 2030.
O esgoto convertido deve ser mais barato e abundante, podendo suprir 5% da demanda de combustível das companhias aéreas no Reino Unido, afirmou Hilditch.
Por determinação do governo, pelo menos 10% do combustível usado pelas companhias aéreas no Reino Unido deve ser feito a partir de matérias-primas sustentáveis até 2030.
(Fonte: Gazeta Brasil)