FIFA abre investigação sobre cântico de jogadores argentinos contra a seleção francesa
A FIFA anunciou na quarta-feira (17/julho) a abertura de uma investigação sobre um cântico entoado por jogadores argentinos contra a seleção francesa durante as celebrações no ônibus da equipe após a vitória na Copa América de futebol.
O incidente também levou o Chelsea, clube inglês, a abrir um processo disciplinar contra seu meio-campista argentino, Enzo Fernández, que gravou e transmitiu ao vivo o vídeo que gerou a polêmica.
“A FIFA tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais e o incidente está sendo investigado”, disse a entidade máxima do futebol mundial em comunicado.
“A FIFA condena firmemente toda forma de discriminação, venha de onde vier, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes”, explicou a entidade, à qual recorreu a FFF (Federação Francesa de Futebol).
Após a consagração da Argentina na Copa América ao vencer a Colômbia na final, circulou um vídeo nas redes sociais mostrando vários jogadores argentinos no ônibus da equipe cantando cânticos racistas contra os franceses antes de encerrar a transmissão.
A versão completa do cântico havia sido entoada por torcedores argentinos durante uma transmissão televisiva ao vivo durante a Copa do Mundo no Qatar em 2022, na qual a seleção argentina derrotou a França nos pênaltis. Na letra, há frases como “jogam na França, mas são todos de Angola” e, sobre Kylian Mbappé, diz-se que “sua mãe é nigeriana” (embora na verdade seja franco-argelina) e “seu pai é camaronês, mas no documento consta nacionalidade francesa”.
Após a divulgação dessas imagens, a Federação Francesa expressou sua posição. “O presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo, condena com veemência os comentários racistas e discriminatórios inaceitáveis feitos contra jogadores da seleção francesa no contexto de uma música cantada por jogadores e torcedores da seleção argentina após sua vitória na Copa América e divulgada em um vídeo nas redes sociais”, afirmou em comunicado.
Além disso, a entidade declarou: “Dada a gravidade desses comentários chocantes, contrários aos valores do esporte e dos direitos humanos, o presidente da FFF decidiu recorrer aos tribunais contra seu homólogo argentino (AFA) e à FIFA, além de apresentar uma denúncia por comentários racistas e discriminatórios”.
O colega de equipe de Fernández no Chelsea, o defensor francês Wesley Fofana, reagiu na rede social X (anteriormente Twitter) com a frase: “Futebol em 2024: racismo desinibido”. Além disso, tanto ele quanto outros jogadores que se sentiram ofendidos pelo meio-campista argentino deixaram de seguir seu companheiro de clube no Instagram. Entre eles estão Malo Gusto e Axel Disasi, ambos franceses.
Diante da repercussão mundial da notícia, o volante com passagem pelo River Plate publicou uma mensagem em suas redes sociais para se desculpar pela divulgação do vídeo durante a celebração do título nos Estados Unidos.
“Quero pedir desculpas sinceras por um vídeo publicado no meu canal do Instagram durante as celebrações da seleção nacional. A música inclui uma linguagem muito ofensiva e não há absolutamente nenhuma desculpa para essas palavras”, declarou Enzo Fernández.
E acrescentou: “Eu me oponho à discriminação em todas as suas formas e peço desculpas por ter sido levado pela euforia das nossas celebrações da Copa América. Esse vídeo, esse momento, essas palavras, não refletem minhas crenças nem meu caráter. Verdadeiramente, sinto muito”.
Por sua vez, o Chelsea também se manifestou sobre o escândalo. Em um comunicado divulgado por meio de suas plataformas, o clube afirmou que “reconhece e aprecia as desculpas públicas” do jogador, mas também anunciou que iniciou um procedimento disciplinar interno para analisar a situação.
(Fonte: Gazeta Brasil)