Governador em exercício de SP acusa governo Lula de “escolher o lado do crime organizado” em impasse sobre Favela do Moinho

O governador em exercício de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), criticou duramente o governo federal após a suspensão do processo de cessão da área da Favela do Moinho, na região central da capital paulista. Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira (14/maio), Ramuth lamentou a decisão e afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “prefere o lado do crime organizado”.
“Lamento que mais uma vez o governo federal do Lula prefira o lado do crime organizado ao invés de atender a população de bem, seja dos moradores da Favela do Moinho ou dos milhares de moradores e trabalhadores da região central que se beneficiariam com o (novo) parque e a estação ferroviária”, declarou Ramuth.
A declaração ocorre um dia após o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos divulgar nota em que anuncia a paralisação da entrega do terreno, sob justificativa de que “não compactua com qualquer uso de força policial contra a população” e que a decisão se dá “diante da forma como o Governo do Estado de São Paulo estaria conduzindo as ações”.
Apesar da suspensão, Ramuth disse que as operações no local vão continuar. “A cessão do terreno da Favela do Moinho ao Governo de São Paulo não tem nenhum vínculo com a oferta de moradia e dignidade aos moradores do Moinho. Nós continuaremos nossas ações focados na melhoria de vida destas pessoas, as transferências continuam, bem como a demolição dos imóveis vazios que foram construídos em desacordo com o código de obras do município”, afirmou o governador em exercício.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, 168 famílias já foram realocadas da Favela do Moinho e cerca de 752 aderiram ao programa de remoção e transferência.
Nesta quarta, o terceiro dia consecutivo de protestos contra as ações do governo estadual foi marcado por confronto entre manifestantes e a Polícia Militar, que foi acionada por volta das 17h20 para liberar a Avenida Rio Branco, interditada por manifestantes. A PM utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o grupo, prática considerada procedimento padrão, segundo a corporação.
Na terça-feira (13/maio), outro protesto também causou transtornos, afetando a circulação de trens na capital paulista.
(Fonte: Gazeta Brasil)