Homem é detido pela PF após xingar Lula de “ladrão” durante passagem de comitiva no RJ

Um homem foi detido pela Polícia Federal na última segunda-feira (14/abril), em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, após chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “ladrão” durante a passagem da comitiva presidencial pela BR-101. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo na noite de terça-feira (15/abril).
De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), o homem emparelhou seu veículo ao lado do comboio do presidente e passou a xingá-lo.
A atitude foi considerada suspeita pelos agentes da PF, que determinaram a parada do carro no acostamento da rodovia. Além do motorista, outros três ocupantes estavam no veículo. Todos foram conduzidos à delegacia, onde prestaram depoimento e foram liberados. As identidades não foram divulgadas, e os quatro responderão por injúria.
Segundo a Folha, um vídeo que circula nas redes sociais, supostamente gravado pelo próprio homem, registra o momento das ofensas. Em outro trecho, é possível ver os policiais federais interceptando o veículo.
Lula estava em Campos para inaugurar o novo campus da UFF (Universidade Federal Fluminense). No dia seguinte, o presidente seguiu para Paracambi, onde visitou as obras de ampliação da Rodovia Presidente Dutra, no trecho da Serra das Araras. Durante o evento, ele voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por acusações relacionadas ao BNDES.
“Quando o [Aloizio] Mercadante pegou o BNDES só tinha denúncia, [de que] ‘vamos apurar a corrupção no BNDES, vamos apurar a caixa-preta no BNDES’. Na verdade, eu sei o que deveriam pegar no BNDES: passaram dois anos falando bobagem e depois foram obrigados a pedir desculpas porque não encontraram nada”, disse Lula.
A suposta existência de uma “caixa-preta” no banco foi mencionada por Bolsonaro desde o início de seu mandato, mas, em 2021, ele reconheceu publicamente que não havia irregularidades. “Não foi caixa-preta, na verdade. Está aberto. Eu também pensava que era caixa-preta, mas está disponível, no site do BNDES, todos os empréstimos feitos para outros países”, afirmou, na época, a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
A investigação custou R$ 48 milhões ao BNDES e durou quase dois anos. Ao fim da auditoria, não foram encontradas evidências diretas de corrupção.