Hospital de Base reinaugura biblioteca com mais de duas mil obras disponíveis para colaboradores e pacientes

        O HB (Hospital de Base) realizou nesta quarta-feira (26/novembro), a reinauguração da Biblioteca Prof. Dr. José Paulo Cipullo, um espaço que marcou a história da instituição e que agora volta a funcionar para promover acesso à leitura, bem-estar e acolhimento para colaboradores e pacientes.

        O evento contou com a presença do Dr. José Paulo Cipullo (médico cujo nome batiza a biblioteca), do diretor-executivo da Funfarme, Dr. Horácio Ramalho, do Secretário Municipal de Cultura de São José do Rio Preto, Robson Vicente, além de convidados especiais do cenário cultural e literário da cidade.

        A reabertura marca a primeira fase da retomada do espaço, que volta a funcionar com serviço de empréstimo de livros. Colaboradores do HB já possuem cadastro ativo no sistema Alexandria e podem retirar livros com prazo de devolução de até 5 dias. Pacientes e acompanhantes também terão acesso ao empréstimo mediante um cadastro simples, com devolução em 3 dias.

        “É uma grande alegria ver a biblioteca do professor Cipullo reaberta, porque os livros contam a história da humanidade e nos ajudam a pensar o futuro. O livro físico é insubstituível. Queremos que toda a nossa comunidade utilize esse espaço — colaboradores, médicos, enfermeiros — e, principalmente, que os livros voltem a chegar aos pacientes e acompanhantes, proporcionando acesso à leitura durante a permanência no hospital”, afirmou Dr. Horácio Ramalho.

        “É uma iniciativa maravilhosa, porque vem somar com aqueles que, como costumo dizer, estão no hospital sem querer estar ali. Muitas vezes, essas pessoas ficam ansiosas com o celular na mão. Então, uma ação como essa, de oferecer uma biblioteca e incentivar a leitura, mostra o quanto ela é fundamental e importante. Eu super apoio e a Secretaria de Cultura está à disposição”, declarou Robson Vicente, Secretário da Cultura de Rio Preto.

Homenagem ao médico

        A biblioteca, que leva o nome do Dr. José Paulo Cipullo, homenageia o médico cardiologista e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto, reconhecido pelo incentivo à cultura e ao conhecimento. Inaugurada pela primeira vez em 2012, a biblioteca tornou-se realidade por meio do apoio da comunidade e de colaboradores do hospital, que contribuíram com doações de livros.

        Atualmente, o espaço conta com cerca de 2 mil obras, entre literatura nacional e estrangeira, autoajuda, religião, história, biografias, filosofia, psicologia e política. A biblioteca também poderá ser utilizada por profissionais e voluntários que aplicam práticas de leituras, além de servir como apoio para contação de histórias às crianças atendidas pelo HCM (Hospital da Criança e Maternidade).

        “A biblioteca é algo muito importante para mim. Há uma frase muito bonita de Castro Alves que diz: ‘Bendito quem semeia livros à mão cheia e faz o povo pensar. O livro, caindo na alma, é o germe que faz a palma e a gota que faz o mar’. Só isso já diz tudo. Eu leio até hoje, por toda a minha vida, leio de tudo: filosofia, literatura, o que cair na minha mão. E isso é muito importante, porque o livro traz muito conhecimento para a gente. Além disso, o livro proporciona algo que não encontramos na televisão ou no celular: a reflexão”, relatou o Dr. José Paulo Cipullo, médico homenageado.

        Presentes na inauguração, João Paulo Vani, fundador do Grupo HN e membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, e Lelé Arantes, fundador da THS Editora, historiador e jornalista, prestigiaram a iniciativa do complexo com a reinauguração da biblioteca.

        “Essa humanização contribui não só para os pacientes, mas também para acompanhantes e colaboradores, porque, às vezes, nos 15 minutos de café, quando a pessoa senta e lê alguma coisa, ela consegue aliviar um pouco o peso natural do ambiente hospitalar”, afirmou João Paulo Vani.

        “Essa iniciativa é muito acertada e traz para toda a comunidade interna a possibilidade de avançar no caminho da humanização, o que é fundamental. A biblioteca é sempre bem-vinda, até porque nela reunimos o pensamento diversificado de milhares de pessoas. A cada página de um livro, nos deparamos com uma realidade diferente daquela que vivenciamos no dia a dia”, complementou Lelé Arantes.

Usuária assídua

         Uma das usuárias mais antigas e entusiasmadas da Biblioteca Prof. Dr. José Paulo Cipullo é Cleide Fátima Dos Santos, auxiliar da lavanderia da Funfarme há 33 anos.

         Leitora desde a infância, Cleide afirma que a leitura sempre ocupou um lugar central em sua vida, e que a inauguração da biblioteca, em 2012, permitiu manter esse hábito mesmo com a rotina intensa de trabalho.

        “Quando a biblioteca abriu as portas pela primeira vez, eu batia ponto pelo menos duas vezes na semana lá. No mês, sempre pegava em torno de 3 ou 4 livros para ir lendo. Quando criança, aprendi a ler por meio de gibis e hoje continuo com esse hábito, mas gosto de ler calhamaços”, conta.

        Na época da primeira abertura, a Funfarme mantinha uma premiação para os funcionários que mais realizavam empréstimos, e Cleide esteve frequentemente entre os destaques. Quem a encontra pelos corredores do complexo quase sempre sai com uma boa recomendação de leitura.

        “Ler é cultura! Ler nos ajuda a entender melhor o mundo, a ter conversas melhores e a expandir o vocabulário. Considero um privilégio ter uma biblioteca aqui dentro. Não precisamos sair do complexo, os livros são gratuitos e é muito bom ter a biblioteca funcionando novamente. Leio de tudo e repassei esse hábito para minhas filhas e sobrinhas. Ler é educação”, finaliza.

(Fonte: Hospital de Base)