A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, registrou em 2024 o menor nível de liquidez em dólares no mercado à vista em seis anos, conforme um levantamento realizado pela consultoria Elos Ayta. O volume financeiro médio diário foi de US$ 3,5 bilhões, o mais baixo desde 2018, enquanto o total em reais ficou em R$ 18,8 bilhões, o menor patamar desde 2019.

        Este é o 3º ano consecutivo em que a Bolsa brasileira apresenta queda no volume negociado. Em comparação com 2023, houve uma retração de 14,9% em dólares. O CEO da Elos Ayta, Einar Rivero, destaca que a liquidez é um indicador essencial para avaliar a eficiência e a atratividade dos mercados financeiros em todo o mundo, incluindo o brasileiro. Segundo ele, Bolsas com volumes maiores de negócios tendem a atrair fluxos de capital internacional.

        Rivero aponta que a queda no volume financeiro reflete não apenas as condições macroeconômicas internas, mas também a falta de competitividade do mercado brasileiro em relação a outras Bolsas globais. Em mercados mais líquidos, como o dos Estados Unidos, o volume diário de negociação de um único ativo pode ser superior ao de uma Bolsa inteira. O levantamento da Elos Ayta revela que, em 2024, a Nvidia, por exemplo, movimentou em média US$ 37,13 bilhões por dia, mais de 10 vezes o volume total da B3.

        O especialista alerta que o enfraquecimento da liquidez da Bolsa brasileira acende um alerta, especialmente para os investidores estrangeiros. No ano passado, o operador estrangeiro retirou cerca de R$ 24,2 bilhões da Bolsa brasileira. Além disso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, registrou o maior número de quedas diárias desde 2025. Dos 250 pregões de 2024, 127 apresentaram recuo, representando mais de 50% dos dias de negociação.

(Fonte: Gazeta Brasil)