Maduro surpreende e canta ‘Imagine’ de John Lennon ao suplicar paz a Donald Trump
Em um ato público realizado em Caracas, o ditador Nicolás Maduro surpreendeu os presentes ao entoar um trecho da famosa canção Imagine, composta por John Lennon, enquanto comentava as crescentes tensões com os Estados Unidos.
O líder chavista recorreu ao clássico do ex-Beatle para, mais uma vez, pedir ao presidente dos EUA, Donald Trump, que haja paz, em meio ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe — operação direcionada a organizações narcoterroristas, entre as quais Maduro é acusado de liderar uma delas, o chamado Cartel de los Soles.
Nos últimos dias, Maduro e as principais figuras do chavismo têm aparecido nas ruas de Venezuela cercados por civis, após a decisão de Washington de lançar a operação “Lança do Sul”, cujo objetivo declarado é combater o narcotráfico originado na América Latina. A iniciativa se soma ao dispositivo militar que os EUA mantêm no Caribe há três meses, elevando ainda mais a tensão diplomática entre os países.
O ditador venezuelano escolheu o palco do evento para reforçar sua posição diante da pressão internacional, utilizando a interpretação de Imagine como símbolo de sua mensagem. A canção, reconhecida mundialmente por seu apelo à paz e à união, foi usada por Maduro para enfatizar seu repúdio às ações norte-americanas e pedir um ambiente de entendimento.
A operação “Lança do Sul”, anunciada pelos EUA, foi apresentada como uma estratégia para frear o tráfico de drogas na região. Porém, o regime venezuelano interpreta a ação como uma ameaça direta à soberania nacional. A presença constante de líderes chavistas cercados por civis parece ter como objetivo dificultar qualquer ataque direto contra eles.
Maduro, acompanhado de sua esposa, a deputada Cilia Flores, comandou em Caracas um ato de juramentação de novos grupos da militância chavista. A atividade se repetiu em várias cidades do país, com participação de figuras do oficialismo como a vice-presidente e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodríguez, que liderou o evento no estado de Carabobo, ao norte.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, iniciou o dia em La Guaira, estado costeiro vizinho a Caracas, de onde seguiu para Aragua, onde participou de uma marcha cercado por dezenas de simpatizantes.
Cabello, que também é secretário-geral do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), depois viajou ao estado de Bolívar, no sul, fronteira com o Brasil. Lá, classificou a jornada como “extraordinária” e afirmou que mais de 4,5 milhões de pessoas teriam se mobilizado.
Ao mesmo tempo, o presidente da AN (Assembleia Nacional) e chefe da equipe de negociação de Maduro, Jorge Rodríguez, esteve no estado de Falcón, no noroeste, enquanto o ministro da Educação, Héctor Rodríguez, acompanhou as atividades no Zulia, região petroleira que faz fronteira com a Colômbia.
Na sexta-feira (14/novembro), Maduro fez um apelo direto ao povo dos Estados Unidos para que se oponha ao que chamou de “a mão enlouquecida de quem ordena bombardear”, em referência ao recente movimento militar norte-americano no mar do Caribe.
Maduro voltou a afirmar que seu país vê essas manobras como uma ameaça, enquanto o governo Trump insiste que as operações fazem parte do combate ao narcotráfico regional.
Diante de um auditório de juristas reunidos em Caracas — em protesto contra a operação norte-americana — e em transmissão pela Venezolana de Televisión (VTV), Maduro pediu que a população dos EUA “tenha um papel decisivo para impedir o que poderia ser uma tragédia” no continente.
Em uma mensagem indireta ao governo Trump, pediu que os EUA não entrem em conflito armado e tentou falar em inglês, mas acabou misturando idiomas:
“Peace, peace, peace é a ordem. The ording (mal pronunciado) is the peace. War? No. No war. Thit (também mal dito), no. Peace, and life and love.”
O juramento
De Caracas, após cantar brevemente Imagine e acusar o governo Donald Trump de planejar “bombardear e invadir” a Venezuela, Maduro pediu aos seus apoiadores presentes no local que colocassem a “mão no coração” e se comprometessem com a defesa da pátria.
O chefe de Estado declarou o dia 15/novembro como “histórico”, afirmando que ficou demonstrado que o povo “está desperto, disposto e preparado para defender” o país contra “qualquer ameaça ou agressão criminosa”.
Maduro informou que já foram formados 235 mil Comitês Bolivarianos de Base Integral (CBBI) em todo o país, de um total de 260 mil prometidos inicialmente. Segundo o regime, esses comitês existem “em cada rua” e são formados por ao menos nove militantes responsáveis por elaborar, entre outras ações, uma “agenda permanente de preparação para a defesa”.
O governo afirma ainda que esses grupos têm a “grande tarefa de se preparar para a defesa integral de sua rua”, além de contribuir para a “construção de uma Venezuela livre, independente e soberana”.
Maduro também pediu que apoiem a consolidação dos conselhos comunitários e garantam o “sucesso” da consulta sobre projetos comunitários marcada para 23/novembro, data que coincide com seu aniversário.
(Com informações da EFE – Fonte: Gazeta Brasil)











