Mãe de menino de 3 anos entregue a ‘falso tio’ em creche decide trocá-lo e processar a escola
A mãe do menino de 3 anos, que foi entregue a um desconhecido na saída de uma creche em Araçatuba (SP), no dia 21/agosto, decidiu tirar a criança da escola. O filho foi matriculado em outra unidade escolar pública, onde deve iniciar as aulas na segunda-feira (28/agosto).
Ao G1, a mãe Gabriela Guilherme da Costa explicou que a decisão de trocar o menino de escola foi tomada como uma medida prudente para garantir a segurança dele. “Ele é um menino pequeno, não sabe ao certo o que aconteceu. Ele fala que foi sequestrado, mas não entende a situação. Depois do ocorrido, não tivemos coragem de levá-lo mais para a antiga escola. A Secretaria da Educação se prontificou para a família escolher outra escola”, conta.
“Ele é uma criança que gosta de ir para a escola, pois vai desde pequeno e é apegado. Corta meu coração, porque na creche ele tinha os amigos dele”, continua.
Duas horas de tensão
A criança foi encontrada duas horas depois do desaparecimento. Os pais estavam na delegacia quando receberam a notícia de que o filho havia sido localizado.
“Estávamos na delegacia e lá fomos avisados de que a Guarda Civil Municipal havia encontrado e fomos para o local. Lá, meu filho estava no colo de uma senhora que viu ele chorando e pegou ele do colo do suspeito”, explica Gabriela.
Conforme a mãe, o reencontro com o filho foi marcado por choro e alívio. Após duas longas e angustiantes horas de busca e preocupação, a família estava junta novamente.
“Ele chorou, falou ‘mamãe’ e começou a chorar. Abracei ele, e só sabia agradecer a Deus. Infelizmente, na minha cabeça só passavam coisas ruins. Desde o começo só pedia proteção e Deus me trouxe ele de volta do mesmo jeito que o deixei na escola”, frisou Gabriela.
A mãe chegou a enviar áudios pedindo socorro aos familiares e amigos para a tentativa de localizar o garoto. O G1 teve acesso a eles na sexta-feira (25/agosto):
– De acordo com Gabriela, é essencial que os pais estejam atentos à política de segurança das escolas dos filhos e se comuniquem ativamente com os educadores para garantir a proteção contínua das crianças.
“Por mais que precisemos levar nossos filhos na creche, devemos observar o ambiente, porque, querendo ou não, eles estão cuidando da nossa vida, dos nossos filhos. Infelizmente, as mães têm que confiar na escola, porém, a minha vontade é de não levar ele para a escola mais. Pergunte para a escola a solução de qualquer coisa estranha vista e avise as autoridades para que não deem brechas para coisas piores acontecerem”, orienta.
Segundo a Prefeitura de Araçatuba, o suspeito, já conhecido pelos funcionários da EMEB “Camila Tomashinsky”, se identificou como “tio do menino”. Então, a criança, que tem o mesmo nome que o sobrinho dele, foi entregue a ele.
Acionada pela mãe, que garantiu não conhecer o homem, a GCM (Guarda Civil Municipal) verificou as câmeras de segurança da creche e de estabelecimentos vizinhos para identificar o suspeito. Duas horas depois de desaparecer, o menino foi encontrado na casa do homem, em bom estado de saúde. O homem, que possui transtorno mental, prestou depoimento e foi liberado pela polícia.
“Nessa hora, a gente pensa o pior. Só que eu vou atrás até o fim, vou processar a escola, porque nada justifica entregar uma criança assim para qualquer um. Amanhã, pode ser o filho de qualquer pessoa. Nunca aconteceu isso”, lamenta a mãe.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação disse que uma equipe de supervisores vai verificar a rotina escolar para identificar fragilidades e reorganizar a rotina, além de apurar responsabilidades do caso.
“Todas as medidas necessárias para dar mais segurança aos alunos serão tomadas a partir da avaliação”, finaliza a nota.
(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba/Ana Paula Yabiku)