Ministra faz campanha para Copa Feminina no Brasil em 2027: “Defender justificativas
Em campanha na Oceania pela candidatura do Brasil como sede da Copa Feminina de 2027, a ministra do Esporte, Ana Moser, tem batido à porta de autoridades governamentais e do futebol. Entre os aliados que disse ter conseguido está o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, e os atuais anfitriões do mundial, Austrália e Nova Zelândia. A ministra também se encontrou com Gianni Infantino, presidente da FIFA.
Ana Moser quer aproveitar o momento e fazer um evento de lançamento da candidatura na próxima semana. Mas faz parte do protocolo da FIFA não lançar candidaturas em períodos de Copa.
Como tem sido a campanha para o Brasil sediar a Copa? Você tem pedido votos e o que tem como resposta? Tem sido bem recebida?
Ana: Eu aprendi que a etiqueta é não pedir voto, mas defender as suas justificativas. É isso que a gente tem feito, a gente tem conversado sobre a importância deste evento para a América do Sul, para o Brasil. E defendido os pontos que o Brasil tem como potencial. Eles têm sido receptivos à candidatura do Brasil. É lógico que isso é um processo pensado e uma decisão feita em grupo. Mas a sensação, no momento, é boa, de que faz muito sentido a candidatura do Brasil.
Você já tem o apoio de alguma federação?
Ana: Tive ótimas conversas com o Gianni Infantino, da FIFA, com os representantes da Nova Zelândia, da Austrália. O presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez está dando todo apoio. Assim como, claro, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, com quem estamos juntos nessa candidatura.
E quais têm sido os argumentos do Brasil?
Ana: Esse é um movimento de mulheres no esporte e no futebol. O desenvolvimento do futebol feminino é um movimento que está acontecendo no mundo todo. A experiência que a Austrália está tendo com a Copa é animadora. Mas se formos fazer um paralelo, eles já estão há 5 anos na nossa frente. Estamos avançando, mas ainda há muito a ser feito e uma Copa do Mundo no Brasil e na América do Sul vai ajudar muito no desenvolvimento da região. Esse desenvolvimento de um país com a importância do Brasil e dos países do continente sulamericano é um dos fatores positivos da candidatura do Brasil.
Quais são os adversários mais difíceis do Brasil nesta candidatura?
Ana: Dentre as candidaturas já anunciadas estão a Holanda, Alemanha e Bélgica, a dos Estados Unidos e México, e a da África do Sul. Se você for analisar, todos têm pontos positivos para receber o evento. Mas a Europa já sediou copas femininas. Os Estados Unidos vão receber o próximo mundial masculino. E a África do Sul em potencial de desenvolvimento enorme também. Mas a nosso favor, temos uma estrutura pronta para a Copa, sem a necessidade de gasto, de investimento com estádios, arenas, hotéis, aeroportos. Tudo feito para a Copa de 2014, sem que seja necessário praticamente zero de investimento. Além da simpatia e da receptividade do povo brasileiro. Esse é um ponto importante e estratégico para o governo Lula. O esporte, de maneira geral, é. E o governo tem muita flexibilidade para a organização dos jogos. Além de dar importância ao desenvolvimento das questões de gênero, da sociedade brasileira.
Vocês já têm estruturada a proposta brasileira? Quantos estádios, como seria a organização?
Ana: A FIFA pede que sejam disponibilizados pelo menos oito estádios. E temos isso já planilhado. Quantos estádios e arenas poderiam receber. A CBF tem dado todo apoio. Ontem (21/julho) conversei com o presidente Ednaldo Rodrigues, aqui na Austrália, e estamos conversando para apresentar uma ótima proposta.