Morre Miguel Ángel Russo, o técnico que conquistou a Libertadores de 2007 pelo Boca Juniors, aos 69 anos

O treinador Miguel Ángel Russo, de 69 anos, morreu nesta quarta-feira (08/outubro). Russo, que havia retornado ao comando do Boca Juniors em meados deste ano, enfrentava complicações de saúde nas últimas semanas, tendo sido hospitalizado diversas vezes e, posteriormente, acompanhado em tratamento domiciliar.
Russo esteve presente no domingo (21/setembro), na Bombonera, para comandar o Boca no empate por 2 a 2 contra o Central Córdoba pelo Torneio Clausura. Horas depois, precisou ser internado novamente e, embora tenha recebido alta rapidamente, permaneceu sob observação médica por 72 horas. Seu delicado quadro de saúde o impediu de retornar aos treinos do time. Em 06/outubro, o clube comunicou que o técnico estava com “pronóstico reservado”.
O diagnóstico de câncer de bexiga e a detecção de um tumor na próstata, em 2017, marcaram um ponto de inflexão na carreira do treinador.
Considerado um dos técnicos mais experientes e múltiplo campeão do futebol argentino, Russo continuou sua trajetória profissional enfrentando complicações médicas e mantendo uma postura positiva diante da adversidade.
Enquanto comandava o Millonarios, da Colômbia, recebeu o diagnóstico de câncer. Durante a cirurgia, foi detectado um pequeno tumor na próstata, e uma infecção por bactéria resistente a antibióticos agravou seu quadro. Mesmo assim, conduziu o clube colombiano à conquista do Torneo Finalización 2017 e da Superliga 2018, reforçando seu comprometimento com o futebol, que sempre considerou “sua vida”.
Em setembro deste ano, na terceira etapa à frente do Boca Juniors, Russo ficou três dias internado por uma infecção urinária, derivada de baixa imunidade. Durante sua recuperação, recebeu medicação endovenosa e acompanhamento rigoroso. Apesar do retorno aos treinos, novas internações ocorreram devido a desidratação e controles médicos regulares.
Sua exposição pública gerou desconforto. Após o empate contra o Central em Rosario, Russo comentou: “Hay que mantenerse en frío, que es lo más difícil, pero estoy contento de estar en esta ciudad, en este club. Lo primero es la familia”. Ele ressaltou a importância de estar junto ao time e de confiar em sua equipe e familiares.
Durante sua trajetória, Russo também comandou Alianza Lima, Cerro Porteño, San Lorenzo, Al-Nassr e passou por múltiplos ciclos no Boca Juniors, conquistando títulos importantes como a Copa Libertadores, Superliga e Copa Maradona. Ele superou 1.000 partidas dirigidas e deixou um legado de 12 títulos como treinador.
O auxiliar técnico Claudio Úbeda dedicou a vitória recente sobre o Newell’s a Russo: “Queremos dedicarle el triunfo a Miguel, que seguramente nos estuvo mirando por televisión. Toda la semana estamos en contacto con él, estuvo en su casa y está al tanto de todas las decisiones.”
Russo iniciou sua carreira como jogador no Estudiantes de La Plata, disputando 420 partidas e conquistando dois títulos, e consolidou uma trajetória de sucesso como treinador em vários países. Seu legado permanece vivo através de conquistas e da influência no futebol argentino e sul-americano.
(Fonte: Gazeta Brasil)