O futebol brasileiro perdeu nesta quinta-feira (23/novembro) um de seus maiores treinadores. Morreu aos 94 anos, em São Paulo, o ex-jogador e ex-técnico Rubens Minelli, que conquistou quatro títulos brasileiros por Palmeiras, Inter e São Paulo. A morte foi confirmada nas redes sociais pelo clube gaúcho.

        O enfermeiro Renato Cardoso, que acompanhava Minelli nos últimos anos, contou ao ge que ele foi internado no hospital no dia 24 do mês passado para tratar uma infecção. Fez tratamento com antibiótico, mas o problema evoluiu e ele não resistiu. O óbito foi confirmado por volta das 12h44. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

        Nascido em São Paulo, Minelli completaria 95 anos no dia 19/dezembro. Ele foi jogador na década de 1950, com passagens por clubes como Ypiranga-SP, Nacional-SP e São Paulo. Mas foi como técnico que ganhou fama e ficou conhecido.

        Minelli foi o primeiro treinador a conquistar o Campeonato Brasileiro três vezes consecutiva. Em 1975 e 1976 pelo Inter e, no ano seguinte, pelo São Paulo. Antes, quando a competição não tinha o atual nome, foi campeão pelo Palmeiras, em 1969.

        O treinador também comandou clubes como Grêmio, Corinthians, Atlético-MG, Santos, Portuguesa, Sport, Paraná, Ponte Preta e Coritiba, além do Al-Hilal, da Arábia Saudita.

        No Inter, a passagem de Minelli ficou marcada por promover uma revolução tática em um time que contava com nomes como Manga, Falcão, Carpegiani e Valdomiro, entre outros craques. Em contato com o ge, Carpegiani lamentou a perda. “O Minelli foi um dos treinadores mais importantes que tive. Ensinamento moral, dentro e fora de campo. Ele era um vencedor, ganhou muito em diversos clubes. Na época vencedora, merecia a Seleção, mas não teve a oportunidade, infelizmente. Ele se adaptava aos clubes e jogadores com muita facilidade. Era muito exigente, repetitivo. Ensinava tudo nos mínimos detalhes”, recordou Carpegiani.

        “O Minelli é um dos grandes técnicos do Brasil. Não teve a oportunidade de ir para a Seleção. Era bem organizado, sempre soube o que fazer. Cada jogador tinha sua função em campo. Ele quem trouxe a pegada sob pressão. Surpreendemos todos com essa tática. O professor sabia tudo”, elogiou Jair, que fazia parte do Inter multicampeão na década de 1970.

        Não ser lembrado para comandar a Seleção foi uma das grandes frustrações da carreira de Minelli. Em 2017, ele admitiu que tinha essa aspiração em entrevista ao sportv.

        “É pergunta que não posso responder. Ganhei uma porção de enquetes na ocasião que estava em evidência para ser escolhido como treinador da seleção brasileira, com muito favoritismo até, mas não fui lembrado”, disse Minelli ao programa Troca de Passes.

        O legado de Minelli para o futebol brasileiro vai muito além disso. Nomes como Luiz Felipe Scolari, Muricy Ramalho e Cuca, entre outros, já admitiram publicamente que foram influenciados por ele.

        “Ele me conheceu como atleta no Sul. E depois na Arábia Saudita, ele abriu as portas para eu trabalhar lá em 1984”, declarou Felipão, via assessoria de imprensa.

        Em 2022, o GE promoveu uma votação com mais de 100 técnicos, entre aposentados e em atividade, para escolher o maior técnico do futebol brasileiro. 

Nas redes sociais, alguns clubes brasileiros e personalidades do futebol lamentaram a perda. (Fonte: GE)

Atualizado 23/novembro/2023 – 22h30

        O prefeito em exercício de São José do Rio Preto,  Orlando Bolçone,  decretou luto oficial de três dias no município,  em decorrência da morte do ex-jogador e técnico de futebol Rubens Minelli.

        Minelli iniciou a carreira de treinador em 1963, pelo América FC. Treinou também o Rio Preto Esporte Clube.

        Em 1969, foi campeão do Brasileiro pelo Palmeiras. Na década de 70, conquistou três títulos do Brasileiro de forma consecutiva — em 1975 e 1976 pelo Internacional, e 1977 pelo São Paulo.  Conquistou títulos ainda por Portuguesa, Atlético Mineiro, Grêmio e Paraná, além do Al-Hilal. Também atuou como técnico de clubes como Guarani, Corinthians, Santos, Coritiba e Ponte Preta.

(Fonte: Gazeta de Rio Preto)