Morre um dos últimos sobreviventes do acidente que matou 59 estudantes na Tragédia do Turvo em 1960
No dia 22/junho, em São Paulo, morreu aos 80 anos, Alcindo Rodrigues, um dos últimos sobreviventes do acidente que vitimou 59 estudantes do colégio Dom Pedro 2º, de São José do Rio Preto, em 1960. Eles faziam parte da fanfarra da escola e se apresentariam no aniversário de Barretos, quando o motorista perdeu o controle do ônibus e caiu no rio Turvo. Dentro do ônibus estavam 64 estudantes, entre 14 e 22 anos, 59 estudantes morreram e apenas cinco sobreviveram, o fato ficou conhecido como ‘A Tragédia do Turvo’
O acidente ocorreu na noite do dia 24/agosto/1960 e ficou marcado na história não só da região, mas em todo País como uma das maiores tragédias rodoviárias da história.
Segundo o historiador Lelé Arantes, entre os ocupantes do ônibus, sobreviveram o motorista e cinco jovens: Ademir Guimarães, Aldo Negrelli, Alcindo Rodrigues, Oriovaldo Procópio de Melo e Gilberto Miranda – este último o único que ainda está vivo.
Alcindo Rodrigues era viúvo de Sônia Maria Ferreira e deixa quatro filhos – Flávia Andrea, Karina Fernanda, Rogério Fabiano e Leandro Augusto. Flávia conta que antes do acidente a vida do pai era de um adolescente normal, que estudava, gostava de tocar violão, era muito sociável. Começou a trabalhar muito cedo, era o 2º filho mais novo de cinco irmãos. “Ele sempre foi uma pessoa muito calma, dedicada, trabalhadora. Após o acidente ele se tornou uma pessoa muito reservada, ele contava poucas vezes sobre o acidente, mas falava que ainda sabia nadar e ajudou outros estudantes a se salvarem”, afirma.
Ela conta também que a herança que o pai deixou para ela e os irmãos foi de querer o bem e ajudar as pessoas. “Com 64 anos ele foi diagnosticado com Alzheimer e mesmo assim ainda fez faculdade de biologia. Ele deixou um legado enorme para sempre sermos bons seres humanos, fazer o bem e ajudar os outros, que aqui era apenas uma passagem”, acrescenta.
Após perder a mãe, Flávia optou por levar Alcindo para morar com ela em São Paulo e ela conta que o pai não deixou a alegria e a felicidade de viver, mesmo com a doença. Fazia atividades físicas e tinha todo um cuidado com alimentação. “Acredito que essa longevidade do meu pai se deve ao estilo de vida dele. Eu fazia ele nadar, fazer atividades físicas também e até o último dia de vida, como ele gostava de música, eu colocava canções para ele ouvir”, ressalta.
A filha e os irmãos fazem questão de deixar uma homenagem para o pai. “Eu gostaria de agradecer a Deus por ter me dado ele como pai. Ele deixou a mim e aos meus irmãos um legado e uma vida excelente, sempre foi muito família”, finaliza.
(Fonte: Diário da Região / Colaborou Sarah Belline/ Conteúdo Fotos: Redação Regional24horas)