Motorista de aplicativo morre após ser baleado em atentado contra delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos

       Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, motorista de aplicativo que foi atingido durante o atentado ao empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos, não resistiu aos ferimentos e faleceu neste sábado (09/novembro). Ele estava internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Guarulhos após ser atingido nas costas por um tiro de fuzil.

        Sampaio deixa três filhos e era morador de Guarulhos. Seu corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Guarulhos e liberado para velório no mesmo dia.

        O ataque deixou outras duas vítimas: um funcionário terceirizado do aeroporto, ferido na mão, que permanece sob observação, e uma mulher de 28 anos, atingida de raspão no abdômen, que já recebeu alta hospitalar.

        O atentado, que ocorreu no momento em que o empresário Gritzbach chegava de viagem acompanhado de sua namorada, foi executado por dois criminosos que realizaram ao menos 27 disparos. No aeroporto, Gritzbach seria recepcionado pelo filho e uma equipe de quatro seguranças, composta por policiais militares. Porém, uma falha mecânica em um dos veículos da equipe de segurança fez com que apenas um dos seguranças estivesse presente no local do ataque.

        A Polícia Civil investiga se a exposição do segurança no aeroporto foi acidental ou se pode haver outro motivo por trás da falha. Para essa apuração, os celulares dos seguranças e da namorada de Gritzbach foram apreendidos, e todos os envolvidos já prestaram depoimento.

Envolvimento com Delatores

        Gritzbach, empresário e ex-corretor de uma das principais construtoras de São Paulo, a Porte Engenharia e Urbanismo, havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual, homologado em abril deste ano. Em seus depoimentos, ele revelou detalhes sobre atividades do PCC (Primeiro Comando da Capital), incluindo sua influência no futebol e no mercado imobiliário, além de homicídios de líderes da facção.

        A delação de Gritzbach também mencionou supostos casos de corrupção policial, incluindo suspeitas de propina para interferir na investigação da morte de um dos líderes do PCC, conhecido como Cara Preta.

        A Porte Engenharia afirmou, em nota, que o empresário trabalhou na empresa como corretor de imóveis apenas entre 2014 e 2018 e que não mantinha relação comercial com ele desde então.

       Gritzbach já havia sido alvo de um atentado em dezembro/2023, quando um disparo de fuzil foi feito contra a janela de seu apartamento na zona leste de São Paulo. A polícia identificou o autor desse ataque, mas não houve informações sobre prisões.

Saiba o que tinha na mala de Gritzbach

        O caso da execução do delator do PCC, Antônio Vinicius Lopes Gritzbach (foto destaque), ocorrido na sexta-feira (08/novembro) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, ganhou novos desdobramentos. De acordo com informações da polícia, a vítima estava transportando uma bagagem com mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de luxo no momento em que foi assassinada.

        Segundo o boletim de ocorrência registrado na delegacia de Cumbica, Gritzbach que havia desembarcado de uma viagem a Maceió, carregava ao menos 38 itens de alto valor, incluindo anéis, pulseiras, colares e brincos de joalheiras renomadas como Bulgari, Vivara, Cristovam Joalheria e Cartier.

        Entre os itens estavam 11 anéis com pedras em tons rosados e verdes, 6 pulseiras, 2 colares e 9 pares de brincos.

       Além das joias, a polícia apreendeu com Gritzbach um relógio Rolex, um celular, um notebook da marca Apple e R$ 620 em dinheiro vivo.

        Todo o material foi encaminhado ao DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) para investigação.

        De acordo com fontes policiais, familiares de Gritzbach informaram que ele estava em Maceió para cobrar uma dívida de um conhecido. A polícia agora investiga a origem das joias e se elas possuem alguma relação com o crime que resultou na sua morte. Uma das hipóteses é que o delator tenha sido alvo de uma vingança relacionada à sua colaboração com as autoridades.

      Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado por volta das 16h00, quando deixava o Terminal 2 do aeroporto. Ele foi alvejado com vários tiros por dois homens que desceram de um carro preto. A motivação do crime ainda está sendo investigada.

        O corpo de Gritzbach foi enterrado neste domingo (10/novembro) no Cemitério Parque Morumby, na Zona Sul de São Paulo, em uma cerimônia restrita à família. A ausência de velório visa proteger os parentes da vítima de eventuais confrontos e exposição pública.

(Fonte: Gazeta Brasil)