MP responsabiliza pais de adolescente que causou acidente com três mortes

      O Ministério Público de Rio Preto responsabilizou os pais do adolescente de 17 anos que dirigia um Fiat Fastback que se envolveu em um acidente matando três jovens, também menores de idade, na madrugada de 09/julho do ano passado, no bairro São Deocleciano, na Região Leste de São José do Rio Preto.   
        O promotor Sérgio Acayaba de Toledo imputou aos pais do menor infrator o crime de entrega de veículo a pessoa sem habilitação. Segundo o promotor, os pais tinham conhecimento de que o filho adolescente frequentemente conduzia o veículo e afirma ser um crime de pequeno potencial ofensivo, permitindo a transação penal, desde que os pais não tenham antecedentes criminais.
        Sérgio Acayaba de Toledo ressaltou que, em sua avaliação, os pais não são responsáveis pelo resultado morte decorrente da conduta do filho. Contudo, o promotor solicitou as folhas de antecedentes criminais dos envolvidos para análise. 
        Caso não tenham condenação criminal ou não tenham feito nenhum acordo com Ministério Público nos últimos 5 anos, o processo poderá ser arquivado mediante condições estabelecidas pelo MP, condições essas como pagamento de multa ou prestações de serviço à comunidade.
         A investigação, sob coordenação do delegado Marcelo Ferrari, concluiu que a velocidade do veículo no momento do acidente estava em torno de 140 km/h. O inquérito responsabiliza o motorista de 17 anos pela tragédia, considerando a alta velocidade como fator determinante.
        Diferentemente do que os pais haviam alegado inicialmente, a Polícia Civil confirmou que o menor infrator tinha acesso livre aos veículos da família. Nesse contexto, o pai do adolescente foi responsabilizado pela facilitação ou entrega do veículo para o filho menor de idade.
        O caso foi encaminhado à Vara da Infância da Juventude, que instaurou procedimento disciplinar sobre o acontecido. O acidente matou três adolescentes: Giovana Sousa de Oliveira, de 17 anos, Anna Luiza Oliveira Fernandes, de 16 anos, que morreram na hora, e Gustavo Corte Saranz, de 15 anos que faleceu 42 dias depois, enquanto estava internado em recuperação no Hospital de Base. Um passageiro, de 17 anos, sobreviveu com várias fraturas.
         Ainda na época do acidente a família do motorista pediu sigilo ao hospital sobre seu estado de saúde e sua internação. As últimas informações obtidas pela reportagem, o jovem tinha tido alta hospitalar, mas estava fazendo tratamento domiciliar por apresentar graves sequelas neurológicas e necessitar de suporte médico 24h.
         O acidente, que ocorreu quando os jovens saíam de um condomínio para buscar bebidas, chocou a cidade e a região, mobilizando o Corpo de Bombeiros e a comunidade local para o resgate das vítimas do veículo que se incendiou após a violenta colisão.

(Fonte: Dhoje Interior/Danielli Molnar)