Musk cria perfil contra Alexandre de Moraes; repercute na imprensa mundial
A rede social X, liderada pelo bilionário Elon Musk, criou um perfil para atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, após o bloqueio da plataforma no Brasil.
O perfil, intitulado como ‘Alexander Files”, tem o objetivo de expor informações sigilosas do STF, tomadas pelo ministro. Em uma dessas postagens, o perfil afirma que irá lançar “luz sobre os abusos cometidos por Alexandre de Moraes em face da lei brasileira”. Publica também conteúdos afirmando que há censura no Brasil e que as pessoas censuradas não tem mecanismos de defesa.
Na última sexta-feira (30/agosto), Moraes determinou o bloqueio do X, ex-Twitter, no Brasil, alegando que a rede social não havia respeitado a ordem de judicial de interromper o funcionamento de páginas alimentadas por pessoas envolvidas nos atos golpistas do 08/janeiro.
O ministro também informou que a Polícia Federal tinha provas de que ”diversas pessoas tinham intimidado agentes envolvidos nas investigações das milícias digitais e ataques golpistas’.
O bloqueio foi realizado de forma gradual. Até este sábado (31/agosto), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) havia informado os provedores de internet sobre a ordem judicial.
O caso repercutiu fora do país. O jornal The New York Times destacou o assunto e afirmou ao longo da reportagem que Musk ”encontrou um desafio formidável no juiz Moraes”, além de mencionar outros conflitos que bilionário trava na Justiça de outros países.
O Washington Post seguiu na mesma linha. O jornal trouxe que “Musk está arriscando um dos maiores mercados do X para defender Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que começaram a divulgar falsas narrativas de fraude eleitoral antes da candidatura do presidente de direita à reeleição em 2022”.
Na França, o jornal Le Monde classificou a decisão de Moraes como “arriscada”, mas “previsível”. O The Guardian reforçou que o bloqueio é consequência direta do descumprimento da ordem judicial e que “Musk está fora de controle”.
Aqui no Brasil, representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considera que a decisão do ministro prejudicou a ampla defesa. Solano Camargo, presidente da Comissão de Privacidade da OAB, afirmou à CNN que “nesse inquérito quem pode recorrer é só o Ministério Público ou eventualmente algum acusado, todo o restante não pode recorrer, o X não pode recorrer. Então é uma situação em que a ampla defesa está prejudicada”.
(Fonte: Gazeta de Rio Preto)