Número de animais silvestres e peçonhentos aumenta na área urbana e assusta moradores
O desequilíbrio ambiental causado pelo homem vem de longa data e dia após dia se reflete cada vez fica mais grave. Com isso, aumenta cada vez mais o aumento de animais peçonhentos e até mesmo silvestres nas áreas urbanas.
Nos últimos meses tivemos casos nas cidades da região como lobo guará correndo em meio a uma avenida de movimento em plena madrugada e até cobra venenosa dentro de um quintal de residência.
O veterinário e gestor do Zoológico Municipal de Rio Preto, Guilherme Guerra Neto, afirma que os animais estão perdendo seu habitat numa alta velocidade. As mudanças climáticas trazendo clima extremo, seca prolongada ou longos períodos de chuva, tudo prejudica a oferta de alimentos e a sobrevivência dos animais.
Muitos animais silvestres encontram condições favoráveis de abrigo e alimentação na área urbana, pois no seu habitat natural não estão mais disponíveis.
O capitão da Polícia Ambiental, Emerson Mioransi atribui ao fato a proximidade de empreendimentos, condomínios de prédios e casas, cada vez mais próximos de áreas com rios e vegetação nativa. “Com a expansão urbana para áreas que antes eram rurais, com a natural existência da fauna silvestre, que se utilizavam dos corredores de fauna, pontos comumente utilizados pela fauna silvestre para se deslocar de um ponto de abrigo, alimentação e reprodução para outros pontos; acabaram sendo ocupadas por construções, ruas e avenidas, com isso, sendo este um outro provável motivo do ingresso desses animais nas áreas urbanizadas”, explica o capitão.
Kátia Penteado, secretária do Meio Ambiente e Urbanismo de Rio Preto, informa que a Secretaria tem trabalhado arduamente desde 2017 na reabilitação de animais silvestres vitimados por ações humanas em parceria com a Polícia Militar Ambiental, Ibama e Corpo de Bombeiros. O Zoológico Municipal recebe, em média, 1300 animais vitimados resgatado por ano.
No caso do lobo guará que foi filmado percorrendo avenidas de Rio Preto, o capitão diz que o animal “possuiu hábitos noturnos, que percorrem extensas áreas diariamente, em busca de alimento, água, abrigo e parceiros para reprodução. Como nossa cidade é cercada por remanescentes de vegetação nativa, muito provavelmente, pela falta de conectividade ou conexão direta entre esses maciços florestais, o animal acabou por acessar a área urbana e, possivelmente assustado pelo veículo que o seguia (o mesmo que o filmou), pelas luzes e movimentação, acabou entrando mais nos bairros”.
“Nesse caso tivemos um final feliz, o animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e por estar saudável e ativo, foi reintroduzido em uma extensa área de vegetação nativa”, confirmou o capitão.
Em um outro caso recente, no mês de março/2023, um casal encontrou uma jiboia enrolada em uma arvore no quintal de sua casa na Estância Santa Paula. O casal, que mora no local há seis meses, se assustou quando os cachorros começaram a latir e avistaram a cobra enrolada na árvore.
Eles filmaram, enviaram o vídeo para a Polícia Ambiental que constatou se tratar de uma jiboia adulta e acionaram os bombeiros para a retirada do animal.
Em fevereiro/2023 um caso parecido aconteceu em frente ao condomínio Quinta do Golf. Uma jiboia enrolada na copa de uma árvore na via pública assustou os moradores. Nesse caso também a Polícia Ambiental foi acionada. O animal foi submetido a inspeção e, como constatada a boa saúde, devolvido ao habitat natural, solto na área rural.
Mas em todos os casos a orientação é a mesma, evitar o contato direto, não acuar o animal e nem tentar capturá-lo, pois por se tratar de animal silvestre, uma vez acuado pode, por defesa, colocar em risco a vida das pessoas.
Assim, ao encontrar um animal silvestre, o ideal é acompanhá-lo a distância e acionar a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros para um manejo correto.
(Fonte: Jornal DHoje Interior/Danielle Molnar)