Oposição articula suspensão do recesso para investigar elo entre Moraes e Banco Master
O senador Magno Malta (PL-ES) protocolou na sexta-feira (26/dezembro) um pedido formal para a suspensão do recesso parlamentar do Congresso Nacional. O documento foi encaminhado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e tem como principal justificativa a necessidade de apuração de possíveis vínculos entre o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o caso envolvendo o Banco Master.
Segundo o senador, o Congresso não pode permanecer inativo diante de denúncias consideradas graves. Em publicação nas redes sociais, Malta afirmou que “o silêncio, diante de fatos graves, deixa de ser cautela e passa a ser negligência”. Caso o recesso seja mantido conforme o calendário oficial, os trabalhos legislativos só serão retomados integralmente no início de fevereiro/2026.
Integrantes da oposição defendem a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar suspeitas de fraudes relacionadas ao Banco Master. No pedido apresentado, no entanto, Malta ressalta que a iniciativa não representa qualquer juízo antecipado de culpa, mas busca assegurar o papel constitucional do Legislativo na fiscalização dos demais Poderes.
O foco das suspeitas envolve o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci. De acordo com informações divulgadas pela jornalista Malu Gaspar, Viviane teria sido contratada como advogada do Banco Master, com honorários estimados em R$ 3,6 milhões mensais ao longo de 36 meses, o que totalizaria cerca de R$ 129 milhões. O contrato nunca foi divulgado integralmente, e não há detalhes públicos sobre os serviços prestados, os valores efetivamente pagos ou o cumprimento do acordo. Até o momento, Viviane Barci e o Banco Master não contestaram as informações já publicadas.
A mobilização da oposição ganhou novo capítulo com o anúncio do deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), recém-empossado como líder oposicionista na Câmara dos Deputados. Também nesta sexta-feira (26/dezembro), ele afirmou que irá interromper o recesso parlamentar para pressionar pelo impeachment de Alexandre de Moraes.
O parlamentar convocou uma coletiva de imprensa para a próxima segunda-feira (29/dezembro), às 14h00, na Câmara dos Deputados. O Congresso entrou em recesso em 19/dezembro, após a aprovação do Orçamento de 2026, com retorno previsto apenas para fevereiro.
Em nota, Cabo Gilberto declarou que a oposição não pode “permanecer inerte diante do tamanho absurdo institucional que o Brasil está vivendo”. Ele também convocou senadores oposicionistas a apoiarem o pedido de impeachment do magistrado.
A solicitação citada pelo deputado foi protocolada na última terça-feira (23/dezembro) pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). No documento, ela acusa Alexandre de Moraes de “advocacia administrativa”, alegando que o ministro teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para interceder em favor do Banco Master, controlado por Daniel Vorcaro.
Em resposta, Moraes afirmou, por meio de notas, que o contato com Galípolo teve como pauta a Lei Magnitsky e que não tratou de assuntos relacionados ao Banco Master.
O pedido de impeachment foi encaminhado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a quem cabe admitir e dar andamento às representações contra ministros do STF. Atualmente, Alexandre de Moraes acumula mais de 80 pedidos desse tipo no Senado, nenhum deles em tramitação.
(Fonte: Gazeta Brasil)











