Paciente do Hospital de Base volta a ouvir após passar por implante coclear

     Desde os 45 anos de idade, Lourdes Berdardoni Oliveira, atualmente com 60 anos, paciente do HB (Hospital de Base), de São José do Rio Preto (SP), vinha perdendo a audição de forma severa. Situação que começou a se reverter com o 1º implante coclear feito pelo SUS na instituição no dia 16/março.

     Na manhã dessa quinta-feira (20/abril), Lourdes conseguiu voltar a ouvir sua própria voz com a ativação do aparelho implantado, que permitirá a paciente retomar sua vida com normalidade.

      O otorrinolaringologista, Dr. Luciano Maniglia, explica o funcionamento do aparelho e como será a recuperação da paciente: “Esse aparelho que ela recebeu capta o som, transforma em impulsos elétricos e envia diretamente para a terminação do nervo auditivo. Com o uso, ela vai aprender a ouvir novamente e, com o tempo, vai ter uma audição dentro da normalidade. Daqui 30 dias será feito um remapeamento e já será esperado um resultado melhor em termos de discriminação desses sons. Agora, o HB atenderá pelo SUS uma demanda importante da região, sem que esses pacientes precisem se deslocar para cidades distantes. Esse novo procedimento engloba todas as reabilitações auditivas no HB no departamento de otorrinolaringologia”, ressaltou Dr. Luciano.

     A felicidade estampada no rosto de Lourdes durante a ativação do aparelho mostrou que o implante e recuperação foram um sucesso. “Consigo ouvir minha própria voz e é emocionante demais. Antes tinha muita dificuldade, mesmo com o outro tipo de aparelho comum, ouvir as pessoas num grupo, conversas e tudo, hoje eu acredito que vou conseguir ter isso de volta como sempre fui. Por enquanto está assim meio tumultuado, porque é uma coisa nova, mas com o tempo eu sei que vou conseguir recuperar minha perda da audição, com paciência e calma para fazer tudo certo para melhorar minha audição. Gostaria de ouvir novamente o som de alguns pássaros, que já estava meio perdido em minha memória, e acho muito lindo a natureza”, disse Lourdes esperançosa.

     A fonoaudióloga, Érica Picoli, explica em quais casos é indicado esse tipo de procedimento. “Quem nasceu com perda auditiva, é indicado que faça o implante coclear o mais rápido possível. Já aqueles que utilizaram aparelho auditivo convencional pela vida toda, mesmo adultos, que conseguem conversar, se têm fala desenvolvida, também é possível fazer o implante. Porém é preciso que esse paciente tenha células funcionantes na cóclea para que o som amplificado chegue até ela”, explicou Érica.

     Em dezembro/2022 o HB passou a ser habilitado para realizar o implante coclear e em 2023 iniciou os procedimentos. O serviço de Otorrinolaringologia e o Serviço de Fonoaudiologia colocaram 2.500 aparelhos auditivos por ano.

     Além disso, conta com uma equipe multidisciplinar com otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social e demais profissionais da saúde quando necessário. O setor de deficiência auditiva atende atualmente 125 pacientes todos os meses e existem cerca de 40 pacientes em avaliação para um implante coclear.

     Hospital de Base agiliza procedimentos de implante coclear

Em iniciativa inédita, o HB passa a disponibilizar também um formulário no site da instituição (www.hospitaldebase.com.br), em um banner na página inicial do site, para qualquer paciente que tenha perda auditiva severa ou profunda, cujo aparelho auditivo convencional já não surte efeito, possa fazer o procedimento no hospital. A faixa etária abrange desde crianças até idosos. Basta preencher os dados do cadastro, submeter o exame comprobatório da perda auditiva, para que a equipe multiprofissional do HB avalie e entre em contato para que o paciente possa realizar o implante coclear.

O que é o implante coclear

      Implante coclear é um dispositivo eletrônico (eletrodo) colocado dentro do ouvido, na cóclea, que vai estimular o nervo para o cérebro.

     O implante coclear consiste em duas unidades: a interna, que é colocada na cóclea através de cirurgia, e a unidade externa, que é o processador, que capta o estímulo sonoro e encaminha para a unidade interna, estimulando o nervo auditivo, fazendo com que o indivíduo ouça o som.

     O Hospital de Base é referência em saúde auditiva para a DRS XV, que atende 104 municípios.

(Fonte: Assessoria de Impresna do HB)